Pezão reaparece com pedidos ao governo federal: interesse público ou cortina de fumaça?

O prefeito de Piraí e ex-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), voltou ao cenário político estadual com uma movimentação estratégica: um encontro com o presidente Lula (PT) durante o evento de retomada da indústria naval, em Angra dos Reis. Em suas redes sociais, Pezão celebrou o momento e, como de costume, levou na bagagem o inseparável “São Pidão”, apelido que ganhou por suas recorrentes solicitações de investimentos ao governo federal.

Dessa vez, entre os pedidos apresentados, destacam-se a criação de uma linha de financiamento para a instalação de ar-condicionado em escolas públicas e a revitalização da via férrea que liga Varginha ao Porto de Angra. A segunda proposta encontrou apoio de outros prefeitos da região, como Ferretti (Angra), Neto (Volta Redonda), Furlani (Barra Mansa), Babton (Rio Claro) e Aloísio (Quatis).

A preocupação com a infraestrutura das escolas é válida, mas fica a pergunta: por que Pezão não se empenhou nesse tipo de melhoria quando ocupou o cargo de governador? Seu governo foi marcado por uma grave crise fiscal e atrasos salariais que afetaram profundamente a educação e outros setores essenciais do estado. Agora, como prefeito de um município menor, surge com um discurso de preocupação com o bem-estar dos estudantes.

Já a proposta da revitalização ferroviária pode até ser interessante para o desenvolvimento da região, mas também levanta dúvidas sobre sua viabilidade e, principalmente, sobre o real interesse do governo federal em bancar mais uma promessa de gestores locais.

Se a intenção de Pezão é mostrar força política e se aproximar novamente dos holofotes estaduais, o movimento faz sentido. No entanto, a população que enfrentou o caos de sua gestão no Palácio Guanabara não esquece facilmente. Pedir recursos é fácil, difícil é administrar sem precisar recorrer a “São Pidão” a cada oportunidade.