PF cumpre mandados em Angra dos Reis em operação contra pirâmide com criptomoedas e bloqueia R$ 1,6 bilhão

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (30) a Operação Fantasos, voltada a desarticular uma organização criminosa internacional que operava um esquema de pirâmide financeira com uso de criptoativos. A ação resultou no bloqueio judicial de bens e valores que somam R$ 1,6 bilhão — quantia arrecadada pelo grupo em cerca de dois anos, segundo informações do g1.

Nesta fase da operação, agentes federais cumpriram 11 mandados de busca e apreensão nos municípios de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, e em Angra dos Reis, na Costa Verde. A ofensiva tem como foco reunir provas, identificar novos envolvidos e localizar bens adquiridos com recursos ilícitos.

O principal articulador do golpe, Douves Torres Braga, foi preso em fevereiro na Suíça, a partir de um mandado de captura da Interpol, e extraditado para os Estados Unidos, onde também é investigado por crimes financeiros. Conforme apuração da TV Globo, Braga comandava um sofisticado esquema fraudulento que, entre dezembro de 2016 e maio de 2018, movimentou ao menos US$ 295 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão), lesando milhares de vítimas em diversos países.

O grupo prometia altos lucros com investimentos em moedas digitais, mas utilizava o modelo clássico de pirâmide: o dinheiro de novos investidores era usado para pagar os mais antigos, sem qualquer lastro real.

A operação tem apoio das agências americanas FBI (Federal Bureau of Investigation), HSI (Homeland Security Investigations) e IRS-CI (Internal Revenue Service Criminal Investigation), que ajudaram a rastrear fluxos financeiros internacionais e ativos digitais usados no golpe.

Autorizada pela Justiça Federal, a Operação Fantasos visa interromper a movimentação de recursos ilícitos e recuperar os valores desviados. A PF ainda não informou o número total de suspeitos identificados nem os bens apreendidos. O caso continua sob investigação, e novas fases da operação não estão descartadas.