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PF investiga agente por fraude bilionária no INSS e apreende mais de R$ 1 milhão em espécie

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 2 de mai.
  • 2 min de leitura

Operação Sem Desconto revela esquema que aplicava descontos ilegais em aposentadorias; dinheiro vivo, joias, armas e escoltas irregulares reforçam suspeitas


A Polícia Federal investiga a origem de US$ 199,6 mil em espécie — o equivalente a mais de R$ 1,1 milhão — encontrados no apartamento do agente Philipe Roters Coutinho, um dos principais alvos da Operação Sem Desconto. O caso, que expõe um esquema bilionário de fraudes em benefícios do INSS, foi revelado pelo portal Metrópoles, que acompanha as denúncias desde dezembro de 2023.


O dinheiro foi localizado durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão no apartamento de Coutinho, no Jardim Paulista, bairro nobre da capital paulista. Além da quantia em dólares, os agentes apreenderam relógios de luxo, uma pedra de esmeralda, gemas similares a pérolas e outras esmeraldas, além de armas e munições — parte do material estava no quarto da filha do agente, segundo relatos dos policiais.


Coutinho, que atuava no posto da PF no Aeroporto de Congonhas, tem rendimentos considerados incompatíveis com os bens localizados. A suspeita é de que eles tenham ligação direta com o esquema que aplicava descontos indevidos em aposentadorias por meio de convênios fraudulentos com entidades de fachada ou controladas por laranjas.


Deflagrada em 23 de abril, a operação envolveu o cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão, seis de prisão preventiva e o sequestro de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão.


Escolta irregular e ligações com empresário investigado


Outro ponto grave da investigação recai sobre o uso indevido de uma viatura oficial da PF. Em 28 de novembro de 2024, Coutinho teria escoltado pessoalmente o empresário Danilo Trento e o então procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho, até uma aeronave privada em área restrita de aeroporto.


Trento ganhou notoriedade durante a CPI da Covid, em 2021, quando foi apontado como figura central nas negociações da vacina Covaxin. Agora, ele é suspeito de ter recebido R$ 990 mil em repasses feitos por Maurício Camisotti, empresário acusado de comandar três entidades por meio de laranjas — juntas, essas organizações teriam movimentado R$ 580 milhões em descontos irregulares aplicados a aposentados.


A PF também identificou uma série de viagens com características suspeitas realizadas por Coutinho, incluindo passagens compradas de última hora e voos bate-volta para Brasília.


Afastamentos e próximos passos


Como desdobramento da operação, a Justiça determinou o afastamento de Philipe Coutinho da Polícia Federal por um período inicial de seis meses. Também foram afastados o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto (exonerado no mesmo dia), o procurador Virgílio Oliveira Filho e os diretores Geovani Spiecker, Vanderlei dos Santos e Jucimar da Silva.


Com o avanço da apuração, a Polícia Federal agora concentra os esforços na análise do material apreendido, com foco no rastreamento dos fluxos financeiros e na recuperação dos valores desviados do sistema previdenciário.


Foto Reprodução


 
 
 

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