top of page
Buscar

PF mira ex-vereador em operação contra corrupção eleitoral em Volta Redonda

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 8 de abr.
  • 2 min de leitura

O clima político em Volta Redonda ficou tenso na manhã da última quinta-feira (3), com a deflagração da Operação Ambitus pela Polícia Federal. A ação teve como objetivo investigar suspeitas de corrupção eleitoral nas eleições municipais de 2024. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências localizadas nos bairros Jardim Amália, Açude I e Açude II. Um dos alvos da operação foi o ex-vereador e atual assessor legislativo da Prefeitura de Volta Redonda, Vander Temponi (UB), que concorreu nas últimas eleições, mas não se reelegeu, alcançando 1.774 votos.


De acordo com nota oficial da Polícia Federal, as investigações apontam que o candidato teria se aliado a lideranças comunitárias com influência em determinadas regiões da cidade para articular um esquema de compra de votos. A estratégia consistia na promessa de valores em dinheiro durante a campanha, com a garantia de que, caso fosse eleito, os intermediadores seriam recompensados com cargos comissionados. Ainda segundo a PF, a comprovação da compra de votos seria feita a partir da comparação entre o número de votos recebidos nas seções eleitorais dos bairros onde o esquema teria atuado e listas de eleitores envolvidos.


Durante a operação, foram apreendidos aparelhos celulares, documentos e anotações que serão submetidos a perícia técnica. Os suspeitos poderão responder pelos crimes de associação criminosa e corrupção eleitoral. A Polícia Federal reforça que a investigação está em andamento e que novas etapas podem ocorrer a partir da análise do material recolhido.


A defesa de Vander Temponi, representada pelo advogado Márcio Delambert, criticou a operação e classificou o cumprimento dos mandados como precipitado. Segundo ele, a medida foi o primeiro ato da investigação, o que caracterizaria, em sua visão, um excesso. “Fica a sensação de excesso quando o cumprimento de um mandado de busca e apreensão é o primeiro ato de uma investigação. Parece uma busca especulativa, sem objetivo claro ou declarado. A defesa já fez solicitação de acesso aos autos para esclarecer os fatos, bem e plenamente”, afirmou o advogado.


Vander Temponi já havia sido alvo da Justiça anteriormente. Enquanto vereador, foi acusado pelo Ministério Público de chefiar um esquema de rachadinha em seu gabinete. Na época, foi condenado em primeira instância a mais de 25 anos de prisão, ao lado de dois assessores, que receberam penas de 13 anos cada. O caso levou ao seu afastamento do cargo por decisão judicial. Em fevereiro deste ano, no entanto, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por meio da 6ª Câmara Criminal, absolveu Temponi de todas as acusações. A decisão ainda cabe recurso.



A Prefeitura de Volta Redonda e o partido União Brasil ainda não se manifestaram oficialmente sobre o caso. Enquanto isso, o episódio continua repercutindo nos bastidores políticos da cidade, levantando dúvidas sobre a lisura do último processo eleitoral e sobre os desdobramentos que a operação poderá trazer nos próximos meses.




 
 
 

Comments


bottom of page