top of page
Buscar

“Pinturas de 30 Mil Anos nas Montanhas de Resende Desafiam a História Oficial da América do Sul”

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 4 de abr.
  • 2 min de leitura

Itatiaia (RJ) – Um achado surpreendente a 2.350 metros de altitude, nas encostas do Parque Nacional do Itatiaia, pode mudar tudo o que se sabe sobre os primeiros habitantes da América do Sul. Pinturas rupestres recém-identificadas no Sítio Arqueológico Agulhas Negras, localizado dentro da unidade de conservação, revelam indícios de uma cultura ancestral que pode ter vivido na região há cerca de 30 mil anos — bem antes das estimativas tradicionais para a presença humana no continente.


A descoberta, feita no fim de 2023, foi mantida em sigilo até agora por razões de segurança e para garantir o aprofundamento dos estudos iniciais. Segundo o Parque Nacional do Itatiaia (PNI), o local foi cuidadosamente analisado e está sendo monitorado para evitar danos, enquanto especialistas preparam pesquisas mais detalhadas.


O responsável pelo achado é Andres Conquista, colaborador da empresa Parquetur, concessionária responsável pela visitação turística na unidade. Em um momento de descanso, durante uma caminhada exploratória, Andres avistou os registros enquanto fotografava flores e formações rochosas. “Foi algo totalmente inesperado. Estava observando o entorno e me deparei com as formas na rocha. Na hora, senti que era algo especial”, relatou.


As pinturas estão em uma formação rochosa discreta, protegida naturalmente da ação direta do clima. Os traços incluem figuras geométricas e representações que lembram animais — entre eles, o que parece ser um lagarto visto de cima. As cores predominantes são o vermelho e o amarelo alaranjado, aplicadas com técnicas que sugerem intencionalidade estética e domínio de materiais naturais.


Caso a datação estimada se confirme, o Sítio Agulhas Negras pode abrigar os registros mais antigos de ocupação humana em território brasileiro fora do Nordeste, onde sítios como o de Pedra Furada, no Piauí, já desafiam há décadas a versão tradicional da chegada do homem às Américas.


O achado reforça a tese de que a ocupação do continente pode ter ocorrido por múltiplas rotas e em períodos muito mais antigos do que se supunha. Para o Parque Nacional do Itatiaia, o episódio também sublinha a importância da preservação ambiental como ferramenta de proteção ao patrimônio arqueológico. “Não é apenas um registro histórico. É um testemunho silencioso de um passado que ainda estamos começando a compreender”, afirmou a direção do parque em nota oficial.


As pinturas agora aguardam análises mais profundas, incluindo datações por métodos como carbono-14 e termoluminescência. Enquanto isso, o sítio segue sob vigilância e acesso restrito, numa corrida silenciosa entre o tempo, a ciência e a memória ancestral escondida nas pedras da Serra da Mantiqueira.



 
 
 

Kommentarer


bottom of page