Polícia Civil deflagra megaoperação contra rede nacional de apoio ao Comando Vermelho
- Marcus Modesto
- 13 de mai.
- 2 min de leitura
RIO DE JANEIRO – A Polícia Civil do Rio de Janeiro lançou na manhã desta terça-feira (13) a Operação Contenção, uma ofensiva de grande escala voltada ao desmantelamento de uma das principais redes de fornecimento de armas e drogas do país, diretamente ligada ao Comando Vermelho (CV), a maior facção criminosa em atividade nas comunidades da capital fluminense.
Ao todo, estão sendo cumpridos 22 mandados de prisão e 39 de busca e apreensão em endereços distribuídos por vários estados, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Rondônia. A operação é resultado de dois anos de investigação, que revelaram um sofisticado esquema de logística criminosa operado por traficantes locais e interestaduais, com ramificações em diferentes regiões do país.
Entre os principais alvos estão Edgar Alves de Andrade, o “Doca”; Jonathan Ricardo de Lima, conhecido como “Dom”; e Jonathan Schmidt, capturado em São Paulo. A polícia também realizou buscas em locais de alto padrão, como um apartamento no condomínio de luxo Novo Leblon, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
As investigações apontam que criminosos de outros estados estariam utilizando comunidades do Rio como pontos estratégicos de refúgio e articulação, estabelecendo alianças operacionais com lideranças locais do CV. Um dos exemplos é a comunidade da Muzema, onde, segundo a polícia, o controle teria sido assumido por um traficante oriundo de Rondônia.
A Operação Contenção é coordenada pela 60ª DP (Campos Elíseos), em parceria com o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), e conta com apoio da Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal, Exército Brasileiro e do órgão norte-americano Homeland Security Investigations (HSI).
Além da repressão ao tráfico de drogas e armas, a operação mira o enfraquecimento financeiro da facção. Nesta etapa, foi determinado o bloqueio de R$ 40 milhões em bens e contas de investigados. Desde o início da operação, as fases anteriores já haviam atingido cerca de R$ 6 bilhões em bloqueios, com o objetivo de asfixiar economicamente o Comando Vermelho e inviabilizar seu funcionamento logístico.
O grupo responderá por crimes como associação para o tráfico interestadual, porte ilegal e comércio de armas de uso restrito, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Segundo as autoridades, a organização movimentava cerca de R$ 5 milhões por mês e operava em diversas favelas do Rio. O esforço atual busca interromper o fluxo de armamentos e entorpecentes para as lideranças da facção e enfraquecer seu domínio territorial em comunidades estratégicas.
As forças de segurança afirmam que novas fases da operação estão previstas e que o trabalho de inteligência, cooperação nacional e internacional continuará para desarticular redes semelhantes em outras regiões do país.

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