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Polícia Civil do Rio assume protagonismo nas redes para combater narrativas do crime e desinformação

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 18 de jul.
  • 3 min de leitura

Estratégia inédita da corporação aposta na comunicação em tempo real para enfrentar críticas, explicar ações e disputar espaço com o crime organizado nas plataformas digitais


A Polícia Civil do Rio de Janeiro passou a adotar uma estratégia inédita na segurança pública fluminense: disputar em tempo real o debate nas redes sociais, enfrentando a desinformação e combatendo as narrativas do crime organizado com transparência e linguagem direta. A mudança foi impulsionada pelo atual secretário da pasta, delegado Felipe Curi, e marca uma guinada na postura histórica da instituição diante da opinião pública.


Em entrevista à coluna da jornalista Mirelle Pinheiro, no portal Metrópoles, Curi afirmou que a reconfiguração da comunicação institucional tem caráter estratégico. “A guerra da informação é tão importante quanto a guerra contra o criminoso”, declarou. A iniciativa busca ampliar o alcance da Polícia Civil, especialmente entre os jovens, e impedir que traficantes, milicianos ou influenciadores hostis às forças de segurança dominem o discurso sobre as ações policiais.


O secretário, que já atuou como delegado em operações de campo, disse ter se incomodado com a postura passiva adotada pela corporação em situações de confronto com a opinião pública. “Muitas vezes via a polícia sendo criticada e se calando. Quando estava certa, apenas reagia, emitia uma nota protocolar e deixava as narrativas correrem soltas”, afirmou.


Nova linguagem, novos públicos


Desde que assumiu o comando da Secretaria, Curi reestruturou completamente a assessoria de comunicação da Polícia Civil. O foco agora é ser proativo: produzir vídeos explicativos, publicações diretas e materiais que esclareçam, de forma didática, as razões por trás das operações.


Essa mudança de tom tem surtido efeito. Em vez de apenas responder a críticas, a corporação busca pautar o debate, levando sua versão dos fatos de forma clara à sociedade. “Saímos daquela posição de só responder nota e apagar incêndio para mostrar à população, de forma transparente, o nosso lado e por que agimos como agimos”, disse.


Caso MC Poze: marco da nova estratégia


Um dos episódios que consolidaram essa nova fase da comunicação da Polícia Civil foi a prisão do funkeiro MC Poze do Rodo. A operação provocou forte reação nas redes sociais, com protestos de fãs e influenciadores. Diante do barulho, a corporação respondeu com uma ofensiva de conteúdo: vídeos explicando a operação, diferenciações entre liberdade de expressão e apologia ao crime, e uma exposição direta do entendimento jurídico que embasou a ação.


Com isso, a Polícia Civil não apenas controlou a repercussão negativa, como também ampliou seu alcance e conquistou a atenção de públicos que antes eram distantes da sua linguagem. “Começamos a pautar o debate, a mostrar que estamos certos, que estamos agindo. E com isso atingimos pessoas que não atingíamos antes”, avaliou Curi.


Disputa por narrativas


Ao sair da defensiva e assumir o protagonismo na produção de informação, a Polícia Civil do Rio pretende ocupar um espaço estratégico no ecossistema digital. A lógica é simples: quanto mais transparente for a comunicação da instituição, menor será o espaço para distorções promovidas por grupos criminosos ou campanhas de desinformação.


“A guerra da comunicação é uma frente de batalha como qualquer outra”, resumiu o secretário. E, ao que tudo indica, a Polícia Civil do Rio está disposta a disputar essa guerra não apenas nas ruas, mas principalmente nas telas — onde hoje se ganha ou se perde a confiança da sociedade.

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