Polícia Civil do RJ investiga desvios de R$ 5,2 milhões do SUS em gestão de ex-prefeito de Belford Roxo
- Marcus Modesto
- 24 de fev.
- 2 min de leitura
A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando se o ex-prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro (Republicanos), conhecido como Waguinho, desviou R$ 5,2 milhões de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para beneficiar cabos eleitorais e aliados políticos. A denúncia, revelada pelo colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, aponta que as transferências foram feitas via Pix nos últimos dias de mandato, entre novembro e dezembro de 2024.
Os pagamentos variaram entre R$ 15 mil e R$ 55 mil e teriam sido destinados a candidatos a vereador, secretários municipais, parentes de servidores e pessoas sem vínculo com a administração pública. Um dos maiores repasses teria sido feito a Alessandro Rocha Paúra, ex-secretário executivo de Educação, que recebeu R$ 55 mil. Sua mãe, Maria Luiza Rocha Paúra, também teria recebido o mesmo valor, mesmo sem ocupar cargo público.
Outros beneficiados incluem Abraão França Duarte, então secretário de Planejamento e Orçamento, que recebeu R$ 39,9 mil, e Lucas de Aguiar Silva, ex-secretário de Mobilidade Urbana, que também teria recebido a mesma quantia. A investigação ainda aponta que Marcelo Machado, ex-secretário de Transportes e candidato a vereador em 2024, direcionou R$ 34,9 mil à sua esposa, Cristiane de Souza Machado, sem qualquer cargo na prefeitura.
Candidatos aliados de Waguinho, como Milton Welby Mercadante Lapa, teriam recebido quantias próximas a R$ 50 mil. Outro caso citado é o de Derick Henrique Antunes Silva, assessor de serviços da Secretaria de Educação, que teria recebido R$ 49,8 mil no dia 24 de dezembro, em um suposto “presente de Natal”.
Waguinho, que deixou o cargo em janeiro deste ano após dois mandatos, é marido da deputada federal e ex-ministra do Turismo, Daniela Carneiro. Até o momento, ele não se manifestou sobre as acusações.
Acusações de vandalismo e novas denúncias
O atual prefeito de Belford Roxo, Marcelo Canela, denunciou em suas redes sociais um suposto “vandalismo” praticado pelo ex-prefeito ao deixar a sede do Executivo. Segundo Canela, computadores e HDs teriam sido furtados, e dados importantes da gestão apagados.
Além disso, Waguinho já enfrentava outras denúncias relacionadas ao uso da máquina pública em benefício da candidatura de seu sobrinho, Matheus. O Ministério Público Eleitoral do Rio de Janeiro pediu a inelegibilidade do ex-prefeito por oito anos, após acusações de contratações excessivas de cargos temporários e exonerações em massa após as eleições.
O espaço segue aberto para manifestação do ex-prefeito.

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