Polícia Prende Sete Ligados a Peixão por Imposição de Serviços de Internet na Zona Norte do Rio
- Marcus Modesto
- 17 de mar.
- 2 min de leitura
Sete pessoas suspeitas de integrar a facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) e de obrigar moradores de Brás de Pina e Penha Circular, na Zona Norte do Rio, a contratar serviços de internet e streaming controlados pelo grupo, foram presas em flagrante no último sábado (16). A ação, resultado de uma operação conjunta das polícias Civil e Militar, ocorreu na Rua Cintra, na Penha Circular.
Os presos foram identificados como Davi de Araújo Torres, Windson Gervasio da Silva, Macrini Ferreira de Souza, Eduardo de Araújo Miranda, Gabriel dos Santos Cândido, Lucas Weslley do Nascimento Evangelista e Dayane Cristina Albino Gonçalves. Eles responderão pelo crime de integração em organização criminosa, e o caso está sob investigação da 22ª DP (Penha).
Monopólio e intimidação
De acordo com as autoridades, o grupo liderado por Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, tem expandido seu domínio não apenas com o uso de barricadas e homens armados nas ruas, mas também controlando serviços essenciais na região. A facção é acusada de roubar equipamentos de operadoras como Oi, Vivo, Tim e Claro, para fornecer ilegalmente internet e serviços de streaming aos moradores, em uma estratégia para aumentar o controle territorial e os lucros do crime organizado.
“Resort do tráfico” demolido
A prisão do grupo ocorre dias após uma operação da Polícia Civil demolir um luxuoso resort atribuído a Peixão em Parada de Lucas, um dos cinco bairros que compõem o Complexo de Israel. O imóvel, construído irregularmente em uma área de preservação ambiental, possuía um lago artificial com carpas, um minicampo de futebol e uma academia de ginástica.
Segundo a polícia, o local era usado para festas e apresentações de DJs, com entrada gratuita para mulheres e cobrança de R$ 30 para homens. Os peixes do lago foram removidos e encaminhados para um criadouro especializado.
Interferências e atrasos na demolição
Fontes ligadas à operação afirmam que a destruição do imóvel poderia ter ocorrido 15 meses antes, mas foi adiada devido a interferências políticas e vazamentos de informações sigilosas. A ação, que visava enfraquecer o poder de Peixão — que acumula 79 anotações criminais —, foi cancelada pelo menos duas vezes antes de ser concretizada.
As investigações continuam para identificar outros envolvidos no esquema criminoso e desarticular a estrutura de poder do traficante, que segue expandindo sua influência em diversas áreas da Zona Norte do Rio.

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