Polícias do Rio e do Espírito Santo realizam operação contra lavagem de dinheiro no Complexo da Maré
- Marcus Modesto
- 29 de jan.
- 2 min de leitura
Investigações apontam que quadrilha movimentou mais de R$ 40 milhões em um ano
As secretarias de Segurança Pública do Rio de Janeiro e do Espírito Santo deflagraram, na manhã desta quarta-feira (29/01), a operação “Conexão Perdida”, com o objetivo de combater a lavagem de dinheiro no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. A ação visa cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) do Espírito Santo, que utilizavam o território fluminense para expandir suas operações ilegais.
— Esta operação reflete o esforço coordenado entre as forças de segurança do Rio de Janeiro e de outros estados para enfraquecer o crime organizado, que hoje ultrapassa as divisas de todo o Brasil. A ação é resultado de um trabalho de inteligência para asfixiar financeiramente os criminosos — destacou o governador Cláudio Castro.
De acordo com a Subsecretaria de Inteligência do Espírito Santo, a quadrilha extorquia funcionários de empresas provedoras de internet, água e gás, que só podiam operar nas áreas controladas pela facção mediante o pagamento de mensalidades que chegavam a R$ 10 mil. Além disso, os criminosos utilizavam diversas contas bancárias para ocultar os valores ilícitos, incluindo as de uma casa lotérica e de um “banco paralelo”, instituição financeira clandestina que operava dentro do Complexo da Maré e oferecia empréstimos aos moradores da comunidade.
— Esses mecanismos não apenas lavavam o dinheiro do tráfico de drogas local, mas também os recursos do TCP em Vitória, movimentando R$ 43 milhões em menos de um ano. Solicitamos ainda o bloqueio de diversas contas bancárias utilizadas para a lavagem de dinheiro dessa quadrilha — explicou o subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança do Espírito Santo, Romualdo Gianordoli Neto.
As investigações começaram em novembro de 2024, após a prisão do traficante Luan Gomes de Faria, em Vitória. Ele e o irmão, Bruno Gomes de Faria, conhecidos como “os irmãos Vera”, são apontados como os chefes do TCP no estado. Após a prisão de Luan, Bruno teria se deslocado para o Complexo da Maré para coordenar as operações do grupo.
Além do Complexo da Maré, mandados também estão sendo cumpridos em Bonsucesso, Campo Grande, Laranjeiras e em comunidades no Espírito Santo.
— Além de reforçar a integração entre as instituições, essa operação busca desarticular redes criminosas que ameaçam a segurança pública em escala regional. Como venho dizendo, vamos quebrar a estrutura financeira dessas organizações criminosas — afirmou o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor dos Santos.
A operação “Conexão Perdida” conta com a participação de policiais civis e militares do Rio de Janeiro, além de agentes de diversas delegacias especializadas do Espírito Santo.

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