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População exige transparência: Prefeitura de Barra Mansa faz mutirão contra dengue, mas omite dados sobre a real situação da doença

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 17 de mai.
  • 2 min de leitura

m um mutirão de combate ao mosquito Aedes aegypti, nesta sexta-feira (16), no bairro Colônia e em áreas próximas. A ação, divulgada com entusiasmo pela Secretaria Municipal de Saúde, parece uma resposta visível a um problema invisível — pelo menos nos dados. O município segue sem divulgar relatórios atualizados sobre a real situação epidemiológica da dengue, mesmo diante da crescente preocupação da população.


Enquanto os agentes percorrem ruas, casas e escolas aplicando larvicidas e dando orientações, a principal ferramenta para enfrentar a doença segue ausente: a informação. Não há boletins regulares sobre casos confirmados, números de internações, áreas críticas ou evolução da doença em 2025. A população, cada vez mais exposta, quer saber: quantos casos de dengue Barra Mansa realmente tem? Quantos óbitos já ocorreram este ano? Quais bairros concentram os maiores riscos?


A ausência desses dados compromete não apenas a transparência, mas também a eficácia das ações. Sem informação pública e acessível, a sociedade civil não consegue se organizar, pressionar, ou mesmo tomar decisões básicas de prevenção. A prefeitura divulga mutirões e ações pontuais, mas silencia sobre o quadro geral, como se um banho de fumaça fosse suficiente para esconder a gravidade do cenário.


A coordenadora da Vigilância em Saúde, Juliana Russi, e a supervisora técnica da Vigilância Ambiental, Millena Borges, destacaram a importância da mobilização comunitária e dos cuidados individuais. No entanto, não basta apelar ao senso de responsabilidade dos moradores se o próprio poder público não cumpre seu papel fundamental de prestar contas com clareza.


Combater a dengue exige mais do que boa vontade ou ações de marketing institucional. Requer planejamento, continuidade e, acima de tudo, confiança — algo que só se conquista com transparência. Enquanto o número real de casos seguir em segredo, qualquer mutirão corre o risco de parecer mais um movimento político do que uma resposta técnica à saúde pública.


Barra Mansa precisa de uma gestão que enfrente o mosquito com a mesma seriedade com que encara a opinião pública. E isso começa, obrigatoriamente, pela verdade dos números.


Foto Yuri Melo


 
 
 

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