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Praça com menos de dois anos e já querem “desfazer”: falta de visão ou autoritarismo urbano em Barra Mansa?

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 16 de out.
  • 2 min de leitura

Em uma cidade em que mudanças urbanas deveriam avançar com planejamento e participação pública, causa estranheza — e indignação — o anúncio de que a Praça da Liberdade, ainda recente, será “restaurada” ao seu formato anterior. Menos de dois anos após sua inauguração, a prefeitura já admite desfazer parte do projeto vigente para recolocar estruturas antigas e transferir a área kids para a Beira-Rio.


O prefeito Luiz Furlani confirmou a medida durante entrevista à Rádio Cidade do Aço FM, mas deixou lacunas preocupantes: não informou cronograma, custos ou arcabouço técnico que justifique a mudança. Alega “retorno ao original”, mas sem transparência de que “original” é esse, quanto vai custar e quem paga — se a municipalidade, empreiteiras ou parcerias.


Por que desfazer o novo tão rápido?

1. Falta de planejamento — Se a obra precisava de ajustes tão logo entregue, evidência de que o projeto original foi mal pensado, sem considerar fluxos de circulação, acessibilidade ou expectativas da comunidade. Por que permitir algo que logo se mostraria inadequado?

2. Desrespeito ao uso público vigente — Ao transferir a área infantil instalada, criam-se impactos logísticos e uso. Muitas famílias já se apropriaram daquele espaço. A Prefeitura certa de que outro local — a Beira-Rio — será mais adequado?

3. Ausência de diálogo e participação social — Anunciar reformas desse porte sem consulta popular, audiências, estudos de opinião ou debate público é uma opção autoritária, que ignora aqueles que frequentam a praça.

4. Economia e custo do desfazer — Há impacto financeiro ao desmanchar o que foi construído recentemente? Que se revelem os valores: demolição, nova estrutura, contratação de obras e manutenção — ou será tudo pago com promessas vazias?


Barra Mansa merece espaços públicos projetados para durar — não obras efêmeras


A praça, na prática, deveria representar uma conquista urbana para a população — um lugar de convivência, lazer e identidade. Quando tão cedo passa a ser zona de disputa administrativa, abre-se precedente sombrio: cada gestão pode desfazer o feito da anterior, sem continuidade.


Se a Prefeitura considera que a versão anterior era melhor, que apresente estudos comparativos: fluxos de visitantes, acidentes ocorridos, acessibilidade, opinião popular, custos de manutenção. Caso contrário, parece apenas arrependimento eleitoral — movimentação para agradar um grupo ou reverter críticas — sob o pretexto da “restauração”.


Reivindicação justa dos cidadãos


Os moradores e frequentadores da praça têm o direito de exigir:

• transparência total nos custos da mudança;

• apresentação técnica que justifique o recuo;

• consulta pública, audiências e participação na decisão;

• planejamento que assegure que, no futuro, não se repita o ciclo de “desfazer e refazer” a cada nova gestão.


Barra Mansa já cansou de intervenções superficiais. A cidade precisa de projetos urbanos responsáveis, planejados com identidade local, e não de caprichos governamentais que enterram o que mal foi inaugurado.

Foto Arquivo

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