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Prefeito de Sorocaba vira alvo de operação por desvio na saúde — e levanta alerta sobre “prefeitos-influencers” como o de Barra Mansa

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 10 de abr.
  • 2 min de leitura

O que começou como uma estratégia de “humanização” de mandatos por meio das redes sociais, virou terreno fértil para a autopromoção política e, em alguns casos, cortina de fumaça para esconder gestões desastrosas. A prisão de holofotes por parte de prefeitos com milhões de seguidores é uma tendência nacional — e que agora mostra seu lado mais perigoso.


Na manhã desta quinta-feira (10), a Polícia Federal deflagrou a Operação Copia e Cola, que investiga o desvio de recursos públicos na saúde em Sorocaba (SP). O principal alvo é o prefeito da cidade, Rodrigo Manga (Republicanos), conhecido por sua atuação nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde acumula quase 3 milhões de seguidores e ostenta 60 milhões de curtidas.


Segundo a PF, Manga é investigado por envolvimento em um esquema que teria fraudado a contratação de uma Organização Social (OS) para administrar serviços de saúde no município. A operação apura ainda crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, peculato e frustração de licitação, além de transações ilegais envolvendo imóveis. A Justiça determinou o sequestro de bens e valores de até R$ 20 milhões e proibiu a OS de continuar contratando com o poder público.


Mas o escândalo vai além das fronteiras de Sorocaba.


Barra Mansa, no Sul Fluminense, tem seu próprio “prefeito tiktoker”: Luís Furlani. Moradores da cidade já vinham alertando para a postura midiática do gestor, que imita com frequência os modos de Rodrigo Manga, inclusive em vídeos onde aparece multando cidadãos e promovendo ações que, juridicamente, fogem às atribuições de um chefe do Executivo. No lugar de discutir políticas públicas sérias, como saúde e infraestrutura, Furlani parece mais preocupado em produzir conteúdo com edição ágil, trilha sonora animada e enredo de herói urbano.

A crítica popular é direta: mais tempo em frente à câmera do que à frente da prefeitura. E o caso de Sorocaba mostra o risco disso: gestores que se escondem atrás dos algoritmos, mas que enfrentam investigações graves por má gestão e corrupção.


A prisão de holofotes, como mostra o caso Manga, não é sinônimo de transparência. Muito pelo contrário: é uma distração, uma armadilha que transforma a administração pública em um palco e o cidadão em audiência.


Rodrigo Manga, que recentemente anunciou pretensões de disputar a Presidência da República em 2026 com o apoio do PRTB, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a operação. Mas a dúvida que fica é: quantos “prefeitos tiktokers” ainda vamos aplaudir, antes que a realidade bata à porta com a mesma força da Polícia Federal?




 
 
 

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