Prefeito Eduardo Paes promete desapropriar casarões do Centro do Rio após desmoronamentos, mas desafios persistem
- Marcus Modesto
- 28 de mar.
- 2 min de leitura
Após o Centro do Rio registrar dois desmoronamentos em um mês, com o último acidente resultando em uma vítima fatal, o prefeito Eduardo Paes sinalizou que a cidade pode finalmente prestar atenção aos imóveis antigos da região. Durante a abertura da 1ª edição do GRI Rio 2025, evento voltado para o mercado imobiliário, Paes anunciou que a Prefeitura desapropriará casarões abandonados no Centro e assumirá os custos das obras de restauração.
A medida, que surge como resposta à crescente preocupação com a segurança de edificações antigas, não foi acompanhada de detalhes sobre a abrangência da ação. A promessa de revitalização foi feita sem especificar se incluirá todas as áreas da cidade atualmente com risco de desabamento, o que levanta dúvidas sobre a efetividade do projeto.
A audiência pública e os desafios urbanos
A audiência pública ‘A situação dos imóveis abandonados no Rio’, marcada para o dia 31 de março, foi adiada para 24 de abril, após uma solicitação do prefeito Eduardo Paes ao vereador Pedro Duarte (Novo), presidente da Comissão de Assuntos Urbanos da Câmara Municipal do Rio. Duarte, que está à frente da fiscalização da questão, já vinha realizando desde 2021 um mapeamento dos imóveis abandonados e subutilizados na cidade. Em seus relatórios, o gabinete de Duarte identificou 783 endereços de edificações públicas, sendo 107 vazias, 109 subutilizadas e 112 já demolidas ou não localizadas.
A pressão sobre a Prefeitura aumentou com os recentes desmoronamentos, revelando a urgência de uma solução para os imóveis do Centro e de outras regiões. No entanto, a promessa de desapropriação enfrenta desafios práticos, já que a Prefeitura só concederá recursos para restauração a imóveis com destino residencial ou misto e que apresentem projetos sustentáveis.
A área da Central do Brasil: um ponto crítico
Entre as áreas mais problemáticas, destaca-se a região da Central do Brasil, onde ocorreu o último desmoronamento fatal. A rua onde o incidente aconteceu, por ser uma área comercial ativa, não se qualifica para os projetos de financiamento da Prefeitura, dado que a exigência é de uso residencial ou misto. Isso evidencia uma possível limitação no alcance da proposta de Paes, já que muitas partes do Centro não atraem moradia com facilidade, especialmente em áreas tradicionalmente comerciais.
Embora o mapeamento de imóveis abandonados seja um passo positivo, a falta de uma abordagem holística, que considere as diversas realidades das áreas afetadas, pode comprometer o sucesso da medida. A promessa de revitalização, sem soluções concretas para as zonas mais críticas e com grande risco de desabamento, gera mais dúvidas do que certezas.
A população carioca, que sofre com os efeitos do abandono de imóveis e com o risco constante de novos acidentes, ainda aguarda uma resposta mais clara e ações efetivas por parte da Prefeitura para garantir a segurança e a revitalização do Centro do Rio.




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