Prefeitura é acusada de ameaçar funcionários que não interagem com vídeos do prefeito nas redes sociais
- Marcus Modesto
- há 4 dias
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Uma denúncia grave envolvendo a Prefeitura de Barra Mansa tem causado indignação e gerado um clima de constrangimento entre servidores comissionados. De acordo com relatos, funcionários nomeados estariam sendo monitorados quanto ao engajamento em publicações do prefeito nas redes sociais — especialmente vídeos. Aqueles que não curtem ou compartilham o conteúdo estariam sendo chamados para “conversas” e, em alguns casos, recebendo ameaças de demissão.
Segundo informações obtidas pela reportagem, uma planilha estaria circulando entre setores da administração com os nomes de quem não tem interagido com as postagens oficiais do chefe do Executivo. A prática, além de antiética, levanta sérias dúvidas sobre o uso da máquina pública para fins pessoais e eleitorais.
“Estamos sendo pressionados a fazer campanha disfarçada. Quem não entra nas redes para curtir ou comentar os vídeos do prefeito é tratado como inimigo”, disse um servidor, sob condição de anonimato, temendo represálias.
O clima dentro da prefeitura é de tensão e insegurança. Muitos funcionários relatam que trabalham sob constante vigilância e têm medo de se posicionar, até mesmo fora do expediente. A suposta exigência de engajamento forçado em redes sociais configura uma possível violação de direitos trabalhistas e pode ser caracterizada como assédio moral institucional.
Procurada, a Prefeitura de Barra Mansa ainda não se manifestou oficialmente sobre as acusações. Enquanto isso, servidores vivem o dilema entre manter seus empregos ou preservar sua liberdade individual diante da imposição de lealdade virtual.
A questão vai além de curtidas em redes sociais — trata-se de respeito à democracia, à dignidade no ambiente de trabalho e aos limites entre o público e o privado na gestão pública.

Assédio moral