Prefeitura de Barra Mansa corre atrás do prejuízo após anos ignorando fila de diagnóstico para autistas
- Marcus Modesto
- 26 de mai.
- 2 min de leitura
Depois de anos de descaso, promessas vazias e falta de planejamento, a Prefeitura de Barra Mansa finalmente admite aquilo que as famílias de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) já sabem há muito tempo: o município não tem estrutura suficiente para atender a demanda crescente por diagnóstico e acompanhamento especializado.
Agora, tenta correr atrás do prejuízo anunciando, em tom de “grande feito”, a criação de um grupo técnico para zerar a fila de investigação do TEA. O problema é que essa fila só existe porque a própria gestão pública falhou, negligenciou e virou as costas para centenas de famílias que, durante anos, enfrentaram um sistema ineficiente, burocrático e insensível.
Enquanto a vice-prefeita e secretária da Pessoa com Deficiência, Luciana Alves, posa para fotos prometendo “um novo tempo de esperança”, mães e pais continuam peregrinando por consultas, exames e laudos que deveriam ser garantidos como um direito básico. A mesma gestão que agora fala em “acolhimento e dignidade” é a que manteve, por anos, essas famílias no abandono, sem políticas públicas efetivas, sem profissionais suficientes e com serviços sobrecarregados.
Não faltaram alertas da sociedade civil, de profissionais da saúde, da educação e de grupos de pais que, repetidamente, denunciaram a situação crítica do atendimento ao público autista na cidade. Mas a Prefeitura preferiu ignorar. Só agora, pressionada pela explosão da demanda e pela insatisfação crescente, tenta apresentar uma solução que chega tarde demais para muitas famílias.
A verdade é que, mais do que anunciar grupos técnicos e capacitações, a Prefeitura deveria assumir sua responsabilidade pelo colapso que ela própria ajudou a construir. Não se trata de mérito, e sim de obrigação. Direito garantido por lei, mas negligenciado por quem deveria proteger e acolher.
Enquanto a propaganda institucional tenta transformar obrigação em favor, quem convive com o autismo na cidade sabe: ainda falta muito para que Barra Mansa trate o tema com a seriedade, o planejamento e o respeito que ele exige.
Foto Divulgação

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