Prefeitura de Volta Redonda amplia produção de “Bengalas Inteligentes” para atender mais pessoas com deficiência visual

A Prefeitura de Volta Redonda anunciou a aquisição de material para a fabricação de mais 20 unidades das “Bengalas Inteligentes” – tecnologia desenvolvida por estudantes de Robótica do Colégio João XXIII, unidade da Fevre (Fundação Educacional de Volta Redonda), no bairro Retiro. Os três primeiros novos dispositivos serão entregues a alunos do projeto “Diploma Cidadão”, uma parceria da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPD) com o Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB), voltada para Pessoas com Deficiência (PCDs). Posteriormente, as bengalas também beneficiarão estudantes da Escola Municipal Especializada Dr. Hilton Rocha, que atende deficientes visuais.

O projeto, criado por estudantes sob a orientação do professor Frederico Pitassi, teve início no primeiro semestre de 2024. A primeira unidade foi entregue em junho do ano passado para Taís Vitória Silva de Paula, uma jovem com deficiência visual que contribuiu para o aprimoramento do equipamento. Hoje, Taís cursa Psicologia no UGB por meio do programa “Diploma Cidadão” e continuará colaborando com o desenvolvimento da tecnologia.

Nesta semana, o secretário da Pessoa com Deficiência, Washington Uchôa, recebeu em seu gabinete o professor Pitassi, o monitor de Robótica Lucas Santini – líder do projeto –, Taís e sua mãe, Andreia Silva e Costa. Durante o encontro, eles discutiram as próximas etapas de produção e apresentaram atualizações no design das bengalas.

Tecnologia a favor da inclusão

Segundo o professor Pitassi, a expectativa é que as primeiras bengalas estejam prontas até maio deste ano. Ele destacou que a aquisição de uma impressora 3D tem acelerado o processo de produção. “Estamos imprimindo as caixas que abrigam o motor, a bateria, o controle e os sensores. Os componentes estão menores, o que proporciona mais conforto ao usuário e torna o equipamento esteticamente mais agradável”, explicou.

As “Bengalas Inteligentes” emitem sinais sonoros e vibrações para alertar sobre obstáculos. O equipamento é personalizado de acordo com as necessidades de cada usuário, permitindo ajustes na intensidade da vibração e no volume do som.

Taís Vitória, que já utiliza uma das bengalas, relatou a importância do equipamento em sua rotina acadêmica. “Parece um sonho. O equipamento me dá mais segurança para me locomover e, consequentemente, mais liberdade”, afirmou a universitária, destacando que seus colegas também aguardam ansiosos pela entrega das novas unidades.

O secretário Washington Uchôa reforçou o compromisso da SMPD em expandir o projeto e elogiou o apoio do presidente da Fevre, Caio Teixeira, na viabilização do material necessário para a produção. “A tecnologia é uma grande aliada na superação de barreiras físicas e sociais, e esse projeto demonstra como a inovação pode transformar vidas”, declarou Uchôa.

Entre as novidades apresentadas, está o desenvolvimento de um “boné sensorial”, que identifica obstáculos acima da linha da cintura, ampliando ainda mais a autonomia dos usuários.

Reconhecimento nacional

O projeto “Bengalas Inteligentes” já ganhou destaque nacional ao receber Menção Honrosa na Mostra Nacional de Robótica (MNR) 2024, realizada em Goiânia (GO), em novembro do ano passado. O reconhecimento garantiu convite para a próxima edição da mostra, em outubro deste ano, em Vitória (ES), e para a RoboCup 2025 – o maior campeonato de robótica e inteligência artificial do mundo –, que acontecerá em julho, em Salvador (BA).

Entusiasta da iniciativa, o prefeito Antonio Francisco Neto destacou o impacto social do projeto. “A produção dessas 20 novas bengalas é só o começo. Conforme a demanda, nossa meta é ampliar ainda mais o acesso a esse equipamento inovador, garantindo mais autonomia e qualidade de vida para as pessoas com deficiência visual em Volta Redonda”, concluiu.