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Professores de Barra Mansa Declaram Estado de Greve e Cobram Valorização do Governo Municipal

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 14 de mar.
  • 2 min de leitura

Os profissionais da educação da rede municipal de Barra Mansa decidiram, em assembleia realizada no último dia 12, entrar em estado de greve. A decisão, aprovada por ampla maioria, serve como um alerta ao governo municipal: a qualquer momento, a categoria pode deflagrar uma greve geral caso suas demandas continuem ignoradas.


O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE), núcleo Barra Mansa, tem solicitado, sem sucesso, reuniões com o chefe do executivo para tratar das principais reivindicações. Entre elas, estão o reajuste salarial para reposição da inflação e o cumprimento da Lei do Piso do Magistério (Lei Federal 11.738/2008), que garante um salário mínimo nacional para os professores.


Salários Defasados e Descaso com a Educação


Atualmente, o salário-base pago pela Prefeitura de Barra Mansa aos servidores é de R$ 1.320,00, valor abaixo do salário mínimo nacional vigente. Após os descontos, muitos trabalhadores recebem menos de R$ 1.000,00 líquidos, um cenário que o SEPE classifica como “vergonhoso” e um reflexo da gestão anterior do ex-prefeito Rodrigo Drable.


Os professores, em particular, enfrentam perdas salariais históricas. Em 2023, após uma decisão judicial favorável ao pagamento do piso do magistério, o ex-prefeito – chamado de “inimigo da educação” pelo sindicato – reagiu enviando um projeto à Câmara Municipal para cortar uma gratificação criada há mais de 40 anos, com apoio da maioria dos vereadores. O resultado foi uma redução de mais da metade da remuneração extra, colocando os salários dos professores entre os piores do Sul Fluminense.


Agora, em 2024, o reajuste do Piso Nacional foi de 6,37%, mas, até o momento, a atual gestão municipal não sinalizou qualquer intenção de cumprir a lei. Para o SEPE, a justificativa de dificuldades financeiras não se sustenta, já que a gratificação – apontada como o principal obstáculo – foi drasticamente reduzida no ano passado.


Descaso e Falta de Diálogo


O sindicato denuncia também as precárias condições de trabalho nas escolas municipais, fruto de anos de descaso. Salas de aula com infraestrutura inadequada, falta de materiais básicos e sobrecarga de trabalho são alguns dos problemas enfrentados diariamente pelos profissionais da educação.


Apesar das inúmeras tentativas de diálogo, o atual prefeito – que fez parte do governo anterior – não respondeu às solicitações de audiência para discutir as pautas da categoria.


Próximos Passos


O estado de greve é uma medida prévia à paralisação total e será mantido até que as reivindicações sejam atendidas ou um acordo satisfatório seja alcançado. Uma nova assembleia está marcada para a próxima quarta-feira, dia 19 de março, onde os profissionais decidirão os próximos passos do movimento.


Em nota, o SEPE reafirmou seu compromisso com a defesa de uma educação pública de qualidade e ressaltou que a valorização dos profissionais é uma condição essencial para esse objetivo.


A categoria se mantém mobilizada e alerta. Caso o governo municipal continue ignorando as demandas, uma greve geral pode ser decretada, ampliando a pressão por direitos já garantidos em lei.


Como disse Paulo Freire:

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”


Foto Sepe



 
 
 

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