Professores protestam contra reforma da previdência e denunciam autoritarismo da gestão Furlani
- Marcus Modesto
- 16 de abr.
- 2 min de leitura
A manhã desta quarta-feira (16) foi marcada por protestos e indignação na Câmara Municipal de Barra Mansa. Professores da rede pública municipal lotaram o plenário em ato contra a proposta de reforma da previdência, enviada à Câmara sem qualquer debate com os servidores. O clima foi tenso, com presença reforçada da Guarda Municipal e da Polícia Militar.
A proposta, que tramita em regime de urgência, é de autoria do ex-prefeito Rodrigo Drable, considerado por muitos o pior prefeito da história de Barra Mansa, e foi assumida pela atual gestão do prefeito Luiz Furlani, sem promover diálogo com a categoria mais afetada: os trabalhadores da educação. Para os professores, trata-se de um pacote de maldades empacotado como “responsabilidade fiscal”, quando na verdade representa um ataque direto aos direitos dos servidores.
Segundo o SEPE (Sindicato dos Profissionais da Educação), o projeto é autoritário e penaliza apenas os servidores, ignorando a responsabilidade do próprio poder público no rombo da Previbam. A prefeitura, inclusive, já deixou de repassar sua parte patronal em diversas ocasiões, teve contas apontadas como irregulares pelo Tribunal de Contas e empurrou a dívida com parcelamentos que chegam a 200 vezes.
“Querem que a gente pague uma conta que a gestão pública criou ao longo dos anos. Enquanto isso, contratos temporários continuam sendo feitos, alimentando o INSS, e não o nosso instituto previdenciário. É um desmonte planejado”, criticou uma professora.
Outro ponto que revoltou os servidores foi a ausência de debate público. A proposta foi enviada de forma silenciosa, no fim da tarde de terça-feira (15), e colocada para votação já nesta quarta. O SEPE destacou que somente 37% dos municípios brasileiros aderiram à LC 103/2019, que trata da reforma da previdência, e mesmo entre esses, muitos aplicaram versões mais leves. Já Barra Mansa segue pelo caminho mais duro e menos transparente.
“Essa reforma é herança de um governo desastroso, que hoje tenta se esconder por trás da atual gestão. Mas o prefeito Furlani também será responsabilizado se escolher seguir por esse caminho sem diálogo, atacando direitos de quem dedicou a vida ao serviço público”, afirmou uma liderança sindical.
A categoria exige a retirada imediata da proposta da pauta e a convocação de audiência pública. A Câmara, por sua vez, é cobrada a não compactuar com uma medida imposta sem escuta, que compromete o futuro de centenas de trabalhadores e da própria previdência municipal.

Comments