Putin propõe encontro com Zelensky na Turquia para discutir cessar-fogo
- Marcus Modesto
- 11 de mai.
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O presidente russo Vladimir Putin anunciou, na madrugada deste domingo (11), pelo horário de Moscou, sua intenção de se reunir com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no próximo dia 15 de maio, em Istambul, para discutir um possível cessar-fogo. A informação foi divulgada durante entrevista coletiva e publicada pelo portal UOL.
A proposta russa surge após mais de três anos de conflito, em um momento de impasse militar e esgotamento diplomático, que mantém a comunidade internacional em alerta permanente. Putin afirmou que o encontro buscaria “abrir caminho para uma solução política viável e estável”, reiterando que a Rússia está disposta a negociar “sem pré-condições novas”, mas insistindo em que qualquer acordo respeite os “interesses legítimos de segurança da Federação Russa”.
A escolha de Istambul retoma o papel de mediação da Turquia, que já sediou rodadas de diálogo entre representantes dos dois países no início da guerra, em 2022. Desde então, no entanto, as tentativas de negociação foram interrompidas por sucessivas escaladas de violência e por impasses em torno das exigências territoriais e de segurança de ambos os lados.
Até o momento, o governo ucraniano não respondeu oficialmente à proposta. Zelensky tem mantido uma postura firme: condiciona qualquer diálogo direto à retirada completa das forças russas de territórios ocupados, incluindo Donetsk, Luhansk, Zaporíjia, Kherson e a Crimeia — ponto central de tensão desde 2014.
Especialistas ouvidos por agências internacionais avaliam com cautela a movimentação do Kremlin. Embora o anúncio de Putin sinalize uma possível abertura diplomática, iniciativas similares no passado fracassaram diante da falta de consenso sobre as condições mínimas para um cessar-fogo duradouro. A ausência de detalhes sobre o formato do encontro e a eventual participação de mediadores ou observadores internacionais também levanta dúvidas sobre a efetividade da proposta.
Com o prolongamento da guerra impondo um alto custo humanitário, econômico e geopolítico, a possibilidade de um diálogo direto entre os líderes das duas nações reacende esperanças — mas também exige prudência. O próximo movimento de Zelensky será decisivo para definir se a proposta russa representa uma mudança real de cenário ou apenas mais um capítulo na longa e complexa disputa entre os dois países.

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