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Quando o abandono vem de todos os lados

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 10 de mai.
  • 1 min de leitura

Um bebê de apenas quatro meses morreu, vítima de quem deveria protegê-lo: a própria mãe. Presa nesta sexta-feira (9), em Niterói, Gisele Barbosa Paraguassu Simek é acusada de homicídio qualificado após dar uma dose excessiva de medicamento ao filho asmático. O caso, ocorrido em março do ano passado, choca pelo descaso. Na noite da tragédia, a mulher estava em um bar, consumindo álcool, com a criança nos braços. O bebê morreu horas depois.


Mas tão revoltante quanto o crime em si é o conjunto de omissões que o antecederam. Onde estavam os serviços públicos? Onde estavam os vizinhos, os familiares, os alertas que nunca chegaram a tempo? A história escancara uma verdade brutal: em muitos casos, a infância pobre no Brasil só é vista quando já é cadáver.


A prisão da mãe — e o mandado aberto contra o pai, também acusado — representa uma resposta tardia. A Justiça age agora, mas o sistema falhou quando mais precisava agir. Não se trata apenas de uma mãe que matou, mas de uma rede de proteção que nunca funcionou.


O que este caso evidencia, mais uma vez, é que o abandono de nossas crianças não é só individual. Ele é coletivo, cotidiano, institucionalizado. E, enquanto isso, continuamos a enterrar inocentes em silêncio.



 
 
 

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