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Reativação Ferroviária no Sul Fluminense: Progresso Econômico ou Desafio Sustentável?

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 10 de jan.
  • 2 min de leitura

O recente encontro entre prefeitos do Sul Fluminense para discutir a reativação do eixo ferroviário Barra Mansa-Angra dos Reis reacende o debate sobre a viabilidade e os impactos de projetos dessa magnitude. Embora o discurso oficial ressalte benefícios econômicos e turísticos, questões fundamentais sobre execução, sustentabilidade e prioridades regionais permanecem nebulosas.


A chamada “Rota do Café e Calcário” promete revitalizar a logística da região, com escoamento mais ágil das commodities mineiras e a reimplantação do Trem Turístico da Mata Atlântica. No entanto, os desafios vão muito além do entusiasmo das promessas. Com um investimento estimado em R$ 600 milhões apenas para reconstrução de trechos ferroviários, a pergunta inevitável é: quem, de fato, arcará com essa conta?


A devolução de trechos pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) ao Dnit pode ser vista como uma oportunidade estratégica, mas também reflete anos de descaso com a manutenção de uma infraestrutura crucial. Agora, ao pleitear parte da indenização bilionária para financiar o projeto, resta saber se o governo federal estará disposto a priorizar essa iniciativa em meio a tantas demandas de infraestrutura pelo país.


Além disso, o impacto ambiental da reativação ferroviária e a ampliação de atividades turísticas em áreas sensíveis como a Mata Atlântica precisam ser cuidadosamente avaliados. Projetos desse porte não podem ignorar a necessidade de preservação ambiental, sob o risco de comprometer o próprio potencial turístico que se pretende explorar.


Enquanto líderes locais exaltam a perspectiva de desenvolvimento econômico, é fundamental que a sociedade civil tenha voz ativa nas decisões. Transparência no uso de recursos, estudos de impacto socioambiental e garantias de benefícios para a população local são aspectos que precisam ser discutidos com seriedade.


A visão de transformar o Sul Fluminense em um polo logístico e turístico pode ser atraente, mas não deve ser conduzida sem um planejamento rigoroso e realista. A história mostra que promessas grandiosas muitas vezes naufragam diante da falta de estrutura, planejamento e fiscalização. O desafio agora é fazer diferente: apostar em um desenvolvimento sustentável e inclusivo, que priorize não só o lucro, mas a qualidade de vida da população local.


 
 
 

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