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Rede de Ódio no Discord: Jovens são presos por crimes bárbaros transmitidos online

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 22 de abr.
  • 2 min de leitura

Uma operação conjunta da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Ciberlab do Ministério da Justiça desmantelou uma rede criminosa que utilizava a plataforma Discord para disseminar violência extrema e discursos de ódio. O grupo, que operava no servidor denominado “466”, era composto por jovens e adolescentes que promoviam sessões de tortura contra animais, incitavam o racismo, faziam apologia ao nazismo, incentivavam automutilação e articulavam ataques a pessoas em situação de rua.


O líder do grupo, Bruce Vaz de Oliveira, de 24 anos, conhecido pelo codinome “Jihad”, se apresentava publicamente como ativista ambiental e chegou a participar de eventos vinculados ao G20. No entanto, nas transmissões ao vivo, ele era o principal executor das cenas mais brutais, como o esfaqueamento de um gato enquanto segurava o animal pelo pescoço.


Outros membros identificados incluem Caio Nicholas Augusto Coelho, de 18 anos, o “Sync”, considerado o braço direito de Bruce, que estimulava a violência durante as transmissões e articulava o recrutamento de adolescentes; um adolescente de 17 anos conhecido como “Mikay”, responsável por pressionar vítimas a se automutilarem ao vivo; e Kayke Sant Anna Franco, de 19 anos, o “Fearless”, que participava das sessões mais degradantes e era um dos principais responsáveis pelo recrutamento e pela imposição de regras violentas dentro do grupo.


O servidor “466” funcionava com uma estrutura hierárquica bem definida, onde os “oradores” — como eram chamados os líderes — tinham poder absoluto sobre os demais. Havia provas de lealdade, recompensas simbólicas e sanções internas. Em alguns momentos, até 170 usuários estavam conectados simultaneamente.


A ação do grupo não se restringia ao ambiente digital. Um posto policial chegou a ser pichado com a sigla “466”, como uma marca do grupo. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente atuam em conjunto para identificar e prender todos os envolvidos.


Parte dos investigados já foi denunciada pelo Ministério Público por associação criminosa, maus-tratos a animais, intolerância racial, induzimento ao suicídio e incitação ao crime. As investigações continuam.


Denúncias e canais de ajuda


A Polícia Civil reforça a importância das denúncias anônimas para identificar crimes dessa natureza. Informações sobre grupos que promovam violência contra animais, incitação à automutilação ou ataques a pessoas em situação de rua podem ser repassadas ao Disque-Denúncia, pelo telefone (21) 2253-1177, ou diretamente à DRCI, nos números (21) 2202-0280, 2202-0273 e 2202-0630


 
 
 

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