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Rio celebra título inédito da Unesco com pacote literário e investimento em formação de leitores

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 29 de abr.
  • 3 min de leitura

O Rio de Janeiro se torna, oficialmente, a capital mundial da literatura em 2025 — e a primeira cidade de língua portuguesa a receber esse título da Unesco. Para marcar a ocasião histórica, o Governo do Estado lançou nesta terça-feira (29) a campanha “Do Rio ao RJ”, um pacote de ações culturais que promete descentralizar a leitura, valorizar a literatura brasileira e democratizar o acesso ao livro.


O anúncio aconteceu na Biblioteca Parque Estadual (BPE), no Centro da capital, que se transforma no coração simbólico das ações. O espaço, revitalizado e prestes a ganhar nova pintura artística, será palco de eventos, exposições e formações que pretendem alcançar todos os cantos do estado.


Mais que uma homenagem simbólica, o programa aposta em ações concretas: quatro editais literários com mais de R$ 10 milhões em investimentos, criação de um programa estadual de formação de agentes de leitura, oficinas em diversas regiões fluminenses e um novo olhar sobre os espaços públicos dedicados ao livro.


“Investir em cultura é investir no futuro. E, neste momento, investir em literatura é garantir que mais crianças, jovens e adultos tenham acesso ao conhecimento e à imaginação”, declarou a secretária de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros. A fala ecoa o compromisso do governo estadual de tornar o livro um protagonista social, não apenas simbólico.


O governador Cláudio Castro reforçou esse discurso ao afirmar que as políticas culturais do estado têm um papel estratégico: “Entendemos a importância da literatura para todas as idades. Impulsionar a juventude a correr atrás dos seus sonhos é também missão da cultura.”


Uma madrinha com poesia na alma


O evento também teve espaço para a emoção: a escritora Roseana Murray foi homenageada pelo conjunto de sua obra e assumiu o posto simbólico de madrinha do novo programa de formação de agentes de leitura. “A poesia é a minha primeira razão de estar aqui na Terra. A segunda é contribuir com a formação de leitores”, afirmou Roseana, visivelmente emocionada ao completar 45 anos de carreira literária.


Do Centro ao interior: o livro como ponte


Um dos principais diferenciais da campanha “Do Rio ao RJ” é a ampla descentralização das ações. Oficinas, capacitações e projetos literários serão levados às dez regiões fluminenses, com temáticas que conectam a leitura a outras linguagens — da contação de histórias ao futebol, da literatura à cidadania.


Além da capital, as três Bibliotecas Parque — no Centro, em Manguinhos e na Rocinha — serão protagonistas da transformação. Em reforma, mas já em funcionamento, esses espaços prometem ampliar seu papel como centros culturais multiusos, com teatro, cinema, esportes e cursos profissionalizantes.


Leitura que se move: arte urbana e literatura nas ruas


A fachada da Biblioteca Parque Estadual também entrará no clima da leitura. O coletivo MUDA e o projeto Rua Walls assumiram a tarefa de criar uma pintura cinética que transforma o prédio em narrativa visual viva, interagindo com o olhar dos transeuntes da Avenida Presidente Vargas. A intervenção marca o mês do livro e será mais um ponto de contato entre o público e a literatura.


Uma política pública que precisa perdurar


A celebração do título de “Capital Mundial do Livro” é, sem dúvida, uma vitória simbólica. Mas mais importante que a festa é o legado. Se o pacote anunciado conseguir se consolidar como política pública de longo prazo, o Rio poderá dar um exemplo ao país de como a cultura — quando bem planejada e sustentada — transforma vidas e realidades.


A literatura não é luxo: é direito, é ferramenta de empatia, é base de pensamento crítico. E em tempos de urgência educacional e social, fazer do livro um aliado é um gesto político poderoso.



 
 
 

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