Rio de Janeiro inaugura ciclo como Capital Mundial do Livro com celebração à leitura e à diversidade cultural
- Marcus Modesto
- 11 de abr.
- 2 min de leitura
O Rio de Janeiro entrou oficialmente para a história da literatura mundial nesta sexta-feira (12), ao dar início ao seu ciclo como Capital Mundial do Livro, título inédito entre cidades de língua portuguesa e concedido pela Unesco. A cerimônia de abertura foi realizada no emblemático Real Gabinete Português de Leitura, no Centro da cidade, reunindo autoridades, artistas, escritores e apaixonados por livros em um encontro que celebrou a força da palavra escrita como instrumento de transformação.
Com o lema “O Rio de Janeiro continua lendo”, inspirado na canção Aquele Abraço, de Gilberto Gil, o projeto busca tornar a cidade um palco aberto à leitura e à criação literária. A nova identidade visual do programa, que mescla elementos como o Pão de Açúcar e o arco da Apoteose com o formato de um livro aberto, simboliza essa fusão entre cultura e paisagem urbana.
O prefeito Eduardo Paes destacou a importância do reconhecimento internacional:
— O Rio se transforma num livro aberto que se estende até a Apoteose. Ao trabalharmos pelo livro, fazemos jus à história do Brasil — afirmou, em discurso.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, emocionou o público ao cantar um trecho do poema Fanatismo, de Florbela Espanca. Ela destacou o papel do Rio como referência cultural e literária no país:
— Reafirmamos o nosso compromisso com a democratização da leitura nesse lugar glorioso que é o Rio de Janeiro, um farol da cultura brasileira.
Durante o evento, foi assinado um protocolo de cooperação entre o Ministério da Cultura e a Prefeitura do Rio, com foco em iniciativas de fomento à leitura. Entre elas, está prevista a aguardada reabertura do Palácio Capanema, marco do modernismo brasileiro, totalmente restaurado ainda neste ano.
A programação do ano literário promete ser vibrante e inclusiva. Destaques incluem a Bienal do Livro, em junho, com atrações como uma roda-gigante literária; o evento Noite com Livros, em 23 de abril, com viradões de leitura em bibliotecas e livrarias; e o projeto Rio de Livros, que espalhará balcões de troca por pontos estratégicos da cidade.
Uma das novidades mais simbólicas é a Caixa da Lusófona, projeto itinerante que levará livros de autores de países de língua portuguesa para escolas e bibliotecas. O conteúdo é mantido em segredo, mas a proposta é que a caixa funcione como uma “tocha olímpica” da literatura, promovendo a conexão entre culturas lusófonas.
Em diálogo com a juventude, o secretário municipal de Cultura, Lucas Padilha, anunciou parcerias com o TikTok e a plataforma Audible, da Amazon, para fomentar o interesse pela leitura entre jovens, valorizando os chamados booktokers, influenciadores que usam as redes sociais para falar sobre livros.
A escolha do Rio como Capital Mundial do Livro é, mais do que um título, um convite: que a cidade mergulhe na leitura e se reconheça como o território plural, criativo e apaixonado por histórias que sempre foi.

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