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Rio de Janeiro lidera ranking nacional de homicídios de crianças de até 4 anos

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 12 de mai.
  • 2 min de leitura

O estado do Rio de Janeiro registrou, em 2023, o maior número de homicídios de crianças com até 4 anos em todo o país. Foram 24 casos, segundo dados do Atlas da Violência divulgados nesta segunda-feira (12) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Ipea. A informação foi publicada pelo jornal O Globo.


O número representa quase o dobro do registrado em 2022 e é o segundo mais alto da série histórica no estado, atrás apenas de 2014, quando ocorreram 26 mortes. Na prática, a média de assassinatos no ano passado foi de uma criança morta a cada duas semanas.


De acordo com especialistas ouvidos pelo estudo, o aumento está ligado a dois fatores principais: o crescimento da violência doméstica e o impacto da violência urbana. A socióloga Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum, destaca que os lares brasileiros se tornaram mais inseguros após a pandemia da Covid-19, que intensificou conflitos familiares e fragilizou redes de proteção.


— Depois da pandemia, alguma coisa mudou. O que deveria ser um espaço de acolhimento e segurança virou, em muitos casos, um ambiente hostil e violento. Temos mais perguntas do que respostas — afirmou Samira.


No caso do Rio, o estudo aponta um agravante: a presença constante da violência armada e de operações policiais em áreas densamente povoadas. Um episódio marcante de 2023 foi o da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, baleada por agentes da Polícia Rodoviária Federal durante uma abordagem na Rodovia Arco Metropolitano, em Seropédica. Ela foi atingida na cabeça e na coluna e não resistiu. Os policiais envolvidos respondem criminalmente.


O Atlas da Violência, divulgado anualmente, analisa os índices de homicídios no Brasil com recortes por idade, gênero, raça e região. Os dados de 2023 reforçam o alerta sobre a vulnerabilidade da infância no país, especialmente em contextos de pobreza, conflitos familiares e presença do crime organizado.


Especialistas defendem a necessidade urgente de políticas públicas voltadas à proteção da primeira infância, com ações preventivas, fortalecimento da rede de apoio familiar e revisão dos protocolos de segurança em áreas urbanas.


 
 
 

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