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Rombo Bilionário no Previbam, Reforma Previdenciária e Greve dos Professores Escancaram Crise na Gestão Furlani

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 24 de abr.
  • 2 min de leitura


Marcus Modesto


Enquanto o prefeito Luiz Furlani (PL), alinhado ao ideário bolsonarista de redução do Estado e austeridade seletiva, exibe nas redes sociais uma cidade que “anda para frente”, a realidade do funcionalismo público de Barra Mansa caminha a passos largos para o colapso. O Instituto de Previdência dos Servidores Públicos Municipais (Previbam) acumula um déficit de R$ 2,5 bilhões, um abismo financeiro que ameaça a aposentadoria de milhares de servidores e revela a omissão histórica do poder público — inclusive da atual gestão.


Rombo histórico e omissão crônica


Criado em 2005, o Previbam nasceu já fragilizado: os descontos- previdenciários feitos antes de sua criação não foram repassados ao fundo, e por anos a Prefeitura de Barra Mansa falhou em honrar com sua parte da contribuição patronal. Um relatório do Ministério da Previdência Social de 2013 já apontava um déficit de quase R$ 500 milhões, com uma arrecadação mensal de R$ 650 mil diante de gastos que superavam R$ 2,3 milhões — obrigando o Tesouro Municipal a fazer aportes mensais para evitar o colapso.


De 2013 a 2016, auditorias revelaram que a gestão municipal deixou de repassar mais de R$ 41 milhões ao fundo, sendo R$ 32 milhões referentes a contribuições devidas pelos próprios servidores, descontadas na folha e não transferidas ao Previbam — uma prática que, em qualquer instância, se configura como apropriação indébita.


Gráfico – Evolução do Déficit do Previbam (em bilhões de reais)



Fonte: Relatórios do Ministério da Previdência, TCE-RJ e Portal da Transparência


Prefeito ignora crise e pressiona os servidores


Mesmo ciente dessa herança explosiva, Furlani não apresentou medidas efetivas de responsabilização ou recuperação dos recursos desviados ao longo dos anos. Ao contrário: sua gestão optou por penalizar justamente os servidores, enviando à Câmara Municipal uma Reforma da Previdência que aumenta a contribuição dos trabalhadores, endurece regras para aposentadoria e restringe direitos — sem cobrar nada do ente que mais deve ao fundo, a própria prefeitura.


Greve dos professores expõe desgaste


A resposta veio em forma de mobilização: os professores da rede municipal iniciaram uma greve contra a reforma, denunciando não apenas a injustiça da proposta, mas também o descaso com a educação, a falta de reajustes salariais e o abandono das escolas. Em vez de abrir diálogo, o prefeito tentou deslegitimar o movimento, apostando na repressão e no discurso moralista para desviar do verdadeiro problema: o desmonte silencioso da estrutura pública.


Luiz Furlani pode seguir se vendendo como o gestor moderno que “coloca a casa em ordem”, mas os números e os protestos contam outra história. O que se vê em Barra Mansa é uma gestão que escolheu atacar o servidor público em vez de responsabilizar os verdadeiros causadores do rombo. E enquanto isso, o buraco do Previbam só cresce — junto com o descrédito da população.

 
 
 

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