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Roubo de veículos cai no Rio, mas explosão de roubos de celulares acende alerta sobre segurança pública

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 27 de mai.
  • 2 min de leitura

Enquanto o roubo de veículos no Estado do Rio de Janeiro atinge o menor patamar para o mês de abril desde 2014, a criminalidade migra para outro alvo: os celulares. Dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) revelam um aumento preocupante de 29% nos roubos de aparelhos em relação ao mesmo período de 2024. Foram 8.757 celulares roubados apenas entre janeiro e abril deste ano, uma média de 73 por dia, segundo levantamento publicado pelo jornal O Globo.


O salto nos crimes fez com que o primeiro quadrimestre de 2025 se tornasse o segundo pior da série histórica, que começou em 2003. As regiões que concentram os maiores índices são áreas dominadas por facções e milícias, como as delegacias da 59ª DP (Duque de Caxias), 64ª DP (São João de Meriti) e 5ª DP (Mem de Sá, no Centro do Rio).


Embora a Secretaria de Estado de Segurança Pública insista em afirmar que as polícias atuam em todo o ciclo do crime — desde a repressão até o combate à receptação —, a escalada dos roubos mostra que o crime se adapta com rapidez, enquanto o Estado segue reagindo mais do que prevenindo.


Além dos celulares, os roubos de carga também seguem pressionando os indicadores. Houve estabilidade em abril (alta de 4%), mas no acumulado do quadrimestre, o crescimento é de 33%, expondo a fragilidade nas rotas logísticas e na proteção do transporte de mercadorias.


Por outro lado, ações pontuais, como o projeto de bloqueio de acessos com blocos de concreto — os chamados “Jerseys” —, apresentaram resultados localizados, como no Complexo da Maré, onde os roubos caíram 55% em abril, na área do 22º BPM.


O endurecimento das ações policiais, especialmente após o julgamento da ADPF 635 no Supremo Tribunal Federal (STF), também trouxe outro dado preocupante: as mortes em operações dispararam. Foram 80 homicídios por intervenção policial só em abril, alta de 45% em relação ao mesmo mês do ano passado. A região de Campos Elíseos (60ª DP) lidera esse triste ranking, com sete mortes em uma única operação.


Apesar dos discursos oficiais que tentam sustentar uma narrativa de avanços, a realidade aponta para um quadro complexo: se alguns indicadores caem, outros explodem, deixando claro que a segurança pública no Rio continua trocando incêndios, sem atacar de fato as causas estruturais da violência.


Enquanto isso, a população segue refém de uma rotina marcada pela insegurança — seja no trânsito, no transporte público ou até andando a pé, com o celular na mão, o novo alvo preferido dos criminosos.


 
 
 

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