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Secretário de Segurança de Ribeirão Pires é condenado por furto e investigado por integrar milícia com GCMs

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 17 de abr.
  • 3 min de leitura

O atual secretário de Segurança Urbana, Mobilidade e Defesa Civil de Ribeirão Pires, Sandro Torres Amante, foi condenado por furto qualificado e é investigado pelo Ministério Público de São Paulo por supostamente liderar uma milícia composta por guardas civis municipais da cidade. Segundo o MP, o grupo teria atuado de forma sistemática entre 2019 e 2023, utilizando a estrutura da própria Guarda Civil Municipal (GCM) para facilitar e acobertar crimes, como furtos, extorsões e até parcerias ilegais com empresas de segurança privada.


A denúncia, que segue sob apuração do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), aponta que pelo menos cinco agentes da GCM estão envolvidos no esquema. Entre eles está Gutembergue Martins Silva, também condenado por envolvimento no furto de dois açougues no centro da cidade, em 2018. Na ocasião, foram levados R$ 28 mil e 57 kg de carne. As câmeras de monitoramento da prefeitura, segundo a investigação, foram propositalmente desviadas antes do crime, e os envolvidos teriam sido flagrados dividindo os produtos furtados em veículos particulares.


“A tática era criar dificuldades para vender facilidades. A população, atemorizada com os crimes praticados por esses agentes, acabava ‘precisando’ da própria segurança oferecida por eles”, afirmou o procurador Nadir de Campos Júnior, responsável pela denúncia.


O Ministério Público sustenta que o grupo chegou a oferecer proteção privada a vítimas de crimes que eles próprios teriam cometido, numa estratégia típica de milícias. Testemunhas sob proteção relataram ao Gaeco que viaturas da ROMU — o braço tático da GCM — foram vistas recebendo dinheiro de traficantes em troca da liberação de detidos.


Apesar da gravidade das acusações, Sandro Torres segue no cargo. Em entrevista à TV Globo e ao portal G1, ele negou todas as acusações:


“Tenho 30 anos de serviço público. Dos sete crimes que inventaram sobre mim, só um deu essa condenação agora em segunda instância. Meu advogado já entrou com recurso para a terceira instância”.


O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a perda dos cargos públicos dos envolvidos, após o trânsito em julgado das sentenças. Enquanto isso, Gutembergue Martins Silva foi afastado da GCM por ordem judicial, mas continua recebendo salário.


A permanência de Sandro Torres à frente da segurança da cidade é considerada “incompatível” com as acusações, segundo o procurador Nadir.


“Não é possível que alguém acusado de colocar em risco a segurança pública seja, ao mesmo tempo, o secretário municipal responsável por ela”, disse.


Prefeitura se diz “não notificada”


Em nota enviada à TV Globo, a Prefeitura de Ribeirão Pires afirmou que ainda não foi oficialmente notificada da condenação em segunda instância. Destacou ainda que Sandro Torres é servidor de carreira há três décadas e que já chefiou diversas unidades da corporação.


Sobre Gutembergue, a gestão municipal confirmou que ele está afastado de suas funções, mas segue recebendo os vencimentos, “sem determinação contrária até o momento”.


“A Prefeitura de Ribeirão Pires permanece à disposição para prestar informações e eventuais esclarecimentos”, conclui a nota.


Investigação sobre a milícia segue em andamento


Embora a Justiça tenha, por ora, rejeitado a denúncia formal de formação de milícia, o Ministério Público afirma que as investigações continuam.


“O MP está convicto de que havia uma estrutura organizada dentro da Guarda Civil Municipal funcionando como uma milícia privada”, reforçou o procurador.


A continuidade de Sandro Torres no comando da segurança pública da cidade, mesmo diante da condenação e das investigações, levanta debates sobre os limites da moralidade administrativa e a responsabilidade das gestões municipais em casos de agentes acusados de crimes graves ligados à própria função pública.


 
 
 

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