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Segurança Pública em Colapso: Grande Rio Registra 194 Tiroteios em Fevereiro

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 17 de mar.
  • 3 min de leitura

Marcus Modesto


A crise na segurança pública do Grande Rio se intensifica a cada mês. Em fevereiro, foram registrados 194 tiroteios em diferentes regiões da capital e municípios vizinhos, evidenciando a escalada da violência e a falta de controle efetivo por parte das autoridades. Os dados refletem a rotina de medo e insegurança enfrentada diariamente pela população, que se vê encurralada em meio a confrontos entre facções criminosas e operações policiais.


Os números representam uma média alarmante de quase sete tiroteios por dia, consolidando um cenário em que balas perdidas, toques de recolher impostos por traficantes e milicianos, e o domínio territorial de grupos armados se tornaram parte do cotidiano. Apesar das promessas de reforço na segurança, as estatísticas revelam uma realidade que expõe a fragilidade do Estado em conter a violência organizada.


A Falta de Estratégia e a Militarização do Conflito


Especialistas criticam a abordagem das forças de segurança, que prioriza operações ostensivas de curto prazo em vez de estratégias integradas para desmantelar o poderio financeiro e territorial das facções criminosas. As incursões policiais, muitas vezes realizadas de forma espetaculosa, resultam em confrontos letais, mas não apresentam resultados duradouros no combate ao crime.


O aumento dos tiroteios também ressalta o fracasso de políticas públicas de prevenção e inteligência, que deveriam estar focadas em enfraquecer as estruturas criminosas a partir do rastreamento do fluxo de armas e dinheiro. Enquanto isso, moradores das áreas mais afetadas, como as Zonas Norte e Oeste do Rio, permanecem reféns da violência, com escolas fechadas, postos de saúde inoperantes e restrições de circulação em determinados horários.


Zonas de Conflito: Onde a Violência Mais Cresce


Os bairros e comunidades que compõem o Complexo do Alemão, Vila Kennedy, Jacarezinho, Cidade de Deus e a região do Complexo de Israel estão entre as áreas mais afetadas. Nessas localidades, a disputa entre o Comando Vermelho (CV), o Terceiro Comando Puro (TCP) e as milícias intensificou os confrontos, ampliando o terror entre os moradores.


A situação é agravada pela falta de coordenação entre as esferas municipal, estadual e federal. Embora o Governo do Estado afirme que investe em programas como as “Cidades Integradas”, na prática, o que se vê é a expansão do poder paralelo em diversas áreas, com a milícia ampliando sua atuação em regiões como a Baixada Fluminense.


Vítimas Invisíveis: A População no Fogo Cruzado


Por trás das estatísticas frias, estão as histórias de centenas de famílias destruídas pela violência. Crianças impossibilitadas de frequentar a escola, trabalhadores que arriscam suas vidas no trajeto diário e comerciantes obrigados a pagar taxas para grupos armados são exemplos do impacto direto da falta de controle da segurança pública.


O número de vítimas por balas perdidas também cresce a cada mês, sem que as autoridades apresentem medidas eficazes para proteger a população civil. Em fevereiro, ao menos 15 pessoas foram atingidas durante tiroteios, entre elas, crianças e idosos. Para muitos, o direito de ir e vir é uma ilusão em meio a um cenário de guerra não oficializada


O gráfico acima mostra a evolução dos tiroteios registrados no Grande Rio em 2024, destacando um aumento de janeiro para fevereiro. Esses números refletem a escalada da violência e a ineficácia das políticas de segurança pública para conter o avanço de facções e milícias na região.


Se a tendência persistir, especialistas alertam para um agravamento ainda maior do cenário, com mais áreas sob domínio de grupos armados e a população cada vez mais vulnerável ao fogo cruzado. 





 
 
 

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