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Sem Fiscal do Lula, Mas com Soluções Efetivas?

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 24 de jan.
  • 2 min de leitura

A recente declaração do ministro da Casa Civil, Rui Costa, de que o governo federal não adotará medidas como congelamento de preços ou fiscalização de mercados para conter a alta dos alimentos pode ter soado como um alívio para alguns setores do mercado. No entanto, a ausência dessas medidas não significa, por si só, que a população brasileira estará protegida da escalada dos preços. O que o governo propõe em troca?


A principal estratégia mencionada é a redução do imposto de importação para alimentos e bebidas que apresentem preços mais baixos no mercado externo. A ideia é válida do ponto de vista econômico: aumentar a competitividade pode forçar os preços internos a caírem. No entanto, há uma série de desafios nessa abordagem. Em primeiro lugar, a dependência de importações pode enfraquecer ainda mais a produção nacional, especialmente para pequenos e médios produtores. Além disso, há o risco de que a alta do dólar anule qualquer benefício da redução do imposto de importação, tornando os produtos estrangeiros ainda caros.


Outro ponto preocupante é a justificativa de que a alta dos alimentos se deve, em grande parte, a fatores externos, como a valorização das commodities e a variação cambial. Embora seja verdade que o Brasil está inserido em um mercado global e sofre influências dessas oscilações, essa explicação ignora problemas estruturais internos, como gargalos logísticos, alto custo de produção, especulação no setor alimentício e falta de políticas eficazes de regulação de estoques. A menção de um aumento esperado de 8% na safra de 2025 é positiva, mas insuficiente para conter a volatilidade dos preços no curto prazo.


Além disso, a promessa de apoio aos produtores com crédito barato e estímulos à produção da cesta básica soa mais como uma reafirmação de políticas já existentes do que como uma solução nova e efetiva para o problema imediato da inflação alimentar.


O governo federal parece estar apostando em um jogo de equilíbrio: evitar medidas impopulares no mercado e, ao mesmo tempo, tentar conter o impacto da alta dos alimentos na população. No entanto, a ausência de um plano mais detalhado e de ações concretas para mitigar os efeitos da inflação alimentar levanta dúvidas. Se não haverá congelamento de preços, fiscalização ou redes estatais, o que de fato será feito para impedir que os brasileiros continuem pagando cada vez mais caro por sua alimentação?



 
 
 

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