Senador Plínio Valério é Alvo de Representação no Conselho de Ética por Comentário Contra Marina Silva
- Marcus Modesto
- 22 de mar.
- 2 min de leitura
Um grupo de nove deputadas federais protocolou uma representação no Conselho de Ética do Senado contra o senador Plínio Valério (PSDB-AM) após uma declaração polêmica em que sugeriu o desejo de “enforcar” a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede). O comentário foi feito durante um evento no Amazonas, quando o parlamentar, ao se referir à participação da ministra em uma audiência da CPI das ONGs, afirmou: “Imagina o que é ficar com a Marina seis horas e dez minutos sem ter vontade de enforcá-la?”
A atitude gerou forte reação no meio político. As deputadas que assinam a representação são Benedita da Silva (PT-RJ), Duda Salabert (PDT-MG), Enfermeira Ana Paula (Podemos-CE), Gisela Simona (União-MT), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Laura Carneiro (PSD-RJ), Maria Arraes (Solidariedade-PE), Tabata Amaral (PSB-SP) e Carla Zambelli (PL-SP).
Quebra de Decoro e Violência Política de Gênero
Na representação, as parlamentares argumentam que a declaração do senador fere a dignidade da ministra e reforça um discurso de violência política de gênero. Elas destacam que a manifestação extrapola os limites do debate democrático e viola o Código de Ética do Senado, configurando quebra de decoro parlamentar.
“O uso de uma linguagem violenta não apenas desrespeita a ministra, mas também compromete a integridade do ambiente político, que deveria se pautar pelo respeito e pela civilidade”, afirmam as deputadas no documento.
As parlamentares também ressaltam a urgência de combater a violência política de gênero, um problema recorrente que afeta especialmente mulheres em cargos públicos no Brasil. Elas pedem que o Conselho de Ética adote medidas firmes para responsabilizar o senador e reforçar a importância de um comportamento adequado por parte dos representantes eleitos.
Repercussão e Próximos Passos
A declaração de Plínio Valério gerou ampla repercussão nas esferas política e social, com diversas lideranças manifestando repúdio ao tom agressivo do senador. O Conselho de Ética do Senado agora deverá avaliar a admissibilidade da representação e, caso avance, poderá iniciar um processo disciplinar que pode resultar em punições que vão desde advertência até a cassação do mandato.
O episódio reforça o debate sobre os limites da liberdade de expressão no exercício do mandato parlamentar e a necessidade de preservar um ambiente político baseado no diálogo e no respeito mútuo. As deputadas esperam que a iniciativa contribua para fortalecer a responsabilidade institucional e combater práticas que perpetuam a violência simbólica e verbal contra mulheres na política.

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