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Servidores da Abin convocam assembleia e ameaçam greve pela saída do diretor-geral

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 21 de jun.
  • 2 min de leitura

Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) convocaram uma assembleia para a próxima segunda-feira, 23, com o objetivo de discutir medidas de pressão pela saída do diretor-geral Luiz Fernando Corrêa. Uma das ações em análise é a deflagração de uma greve geral. Para a categoria, a permanência de Corrêa à frente da agência é insustentável diante das investigações que o envolvem.


Corrêa é suspeito de ter atuado para dificultar apurações internas sobre o suposto aparelhamento da Abin durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Segundo relatório da Polícia Federal, uma estrutura paralela de espionagem, montada naquele período, teria monitorado ilegalmente quase 1,8 mil celulares de autoridades, jornalistas, servidores, artistas e parlamentares. A investigação aponta o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, como o “idealizador” do esquema.


Em nota divulgada nesta sexta-feira, 20, os servidores da Abin reiteraram o pedido de afastamento imediato do diretor-geral e cobraram uma resposta firme do governo federal. “Será deliberado indicativo de greve em protesto ao tratamento dispensado pelo governo à Inteligência de Estado do Brasil”, diz o comunicado. Esta será a segunda manifestação oficial da categoria em menos de uma semana. A primeira ocorreu na terça-feira, 17, quando os funcionários formalizaram a solicitação de exoneração do dirigente.


O descontentamento, no entanto, vai além da figura de Corrêa. No documento, os servidores criticam a condução das investigações por parte das autoridades federais e citam a “falta de controle sobre informações sigilosas” por parte da Polícia Federal e do Ministério da Justiça. A Abin, por sua vez, afirma que vem colaborando com as apurações em curso.


Luiz Fernando Corrêa foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início de 2023, com a missão de reformular a agência. Apesar de sua experiência na segurança pública e do histórico de atuação nos governos petistas, sua gestão tem enfrentado resistência interna. Para parte dos servidores, Corrêa deixou de ser uma solução e passou a ser um obstáculo à reconstrução da credibilidade do órgão, especialmente após o escândalo da chamada “Abin paralela”.


A possível paralisação amplia a pressão sobre o Palácio do Planalto, que até agora evita se posicionar publicamente sobre o futuro do diretor. Se confirmada, a greve pode se tornar mais um ponto de tensão na já frágil estrutura de segurança e inteligência do governo Lula, ainda marcada pelas heranças do mandato anterior.



 
 
 

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