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Sindnapi: o sindicato que lucra com a miséria dos aposentados

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 10 de out.
  • 2 min de leitura

A cada nova investigação, o que se revela é mais do que um simples desvio de dinheiro público: é o retrato da crueldade de quem lucra com a vulnerabilidade dos idosos. O caso envolvendo o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) é um exemplo revoltante de como o sistema que deveria proteger o cidadão se transforma em máquina de exploração.


O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar, foi direto: o Sindnapi faz parte de uma organização criminosa. A denúncia não vem de um opositor político, mas de uma apuração oficial que já aponta um rastro de quase R$ 600 milhões desviados em 11 anos. Tudo isso às custas de aposentados enganados — filiados automaticamente ao sindicato sem consentimento, permitindo descontos indevidos em benefícios que mal cobrem remédios e alimentação.


A Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, expôs o que muitos já desconfiavam: a fraude foi estruturada, planejada e sustentada por conluios entre dirigentes, empresas intermediárias e, possivelmente, setores do próprio governo. Mais de R$ 6 bilhões teriam sido drenados de aposentados entre 2019 e 2024. Não se trata de “falha administrativa” — é um esquema de roubo institucionalizado.


Para piorar, surgem indícios de nepotismo e conflito de interesses. A esposa e familiares de dirigentes aparecem como sócios de empresas beneficiadas, e o nome de Frei Chico, irmão do presidente Lula e vice-presidente do sindicato, está envolvido em um acordo irregular com o INSS. A Controladoria-Geral da União identificou que o Sindnapi teria mentido para firmar um convênio — uma afronta à Lei 13.019, que proíbe esse tipo de relação quando há parentesco com autoridades.


E enquanto o país assiste a tudo isso, o presidente do sindicato, Milton Baptista, permanece em silêncio, amparado por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal que o dispensa até de jurar dizer a verdade. O STF, mais uma vez, é acusado de blindar investigados em esquemas bilionários, enquanto aposentados seguem reféns de descontos ilegais e humilhação burocrática.


O caso do Sindnapi ultrapassa a fronteira da corrupção comum — é uma traição à confiança de milhões de brasileiros que acreditaram estar protegidos por uma entidade criada para defendê-los. O silêncio dos acusados e a lentidão da Justiça são cúmplices dessa vergonha nacional.


O Brasil precisa decidir de que lado está: do idoso enganado ou de quem transformou o INSS em caixa eletrônico de quadrilhas travestidas de sindicatos.


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