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Soldado do Exército vira réu por transmitir ao vivo ataque brutal contra morador de rua no Rio

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 21 de abr.
  • 2 min de leitura

A Justiça do Rio de Janeiro aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réu o soldado do Exército Miguel Felipe dos Santos Guimarães da Silva, de 20 anos. Ele é acusado de ter transmitido ao vivo um ataque bárbaro contra um homem em situação de rua, cometido por um adolescente. O crime chocante ocorreu em fevereiro deste ano, no bairro Pechincha, em Jacarepaguá, na Zona Oeste da capital. A vítima, Ludierley Satyro José, de 46 anos, dormia quando teve o corpo incendiado com um líquido inflamável, sofrendo queimaduras em 60% do corpo.


Segundo a investigação, o atentado fazia parte de um “desafio” promovido em um grupo extremista no Discord, que oferecia dinheiro para a execução de crimes violentos. O soldado não apenas registrou, como transmitiu o crime ao vivo para mais de 200 pessoas na internet.


O Ministério Público denunciou Miguel Felipe por tentativa de homicídio quadruplamente qualificado — por promessa de recompensa, motivo fútil, uso de fogo e emboscada —, além de associação criminosa e corrupção de menores. A juíza Lucia Glioche, da 4ª Vara Criminal, converteu a prisão temporária em preventiva, destacando o impacto social do caso:

“O crime imputado ao denunciado gerou abalo social. Sua gravidade concreta repercutiu negativamente na Cidade do Rio de Janeiro, transmitindo sensação de medo e de insegurança para a população.”


De acordo com a polícia, tanto o adolescente executor quanto o soldado teriam recebido cerca de R$ 2 mil pelo ato criminoso. Parte desse valor já havia sido repassada antes do crime. As investigações apontam ainda que Miguel buscava prestígio entre membros de comunidades virtuais com ideologias extremistas e neonazistas. Em depoimento, ele teria admitido sentir prazer ao consumir conteúdos de violência e pornografia infantil.


Polícia frustra novo ataque planejado para a Páscoa


O caso não é isolado. Na Páscoa, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu três pessoas acusadas de planejar outro ataque semelhante, também com transmissão ao vivo. Os suspeitos, segundo as autoridades, são integrantes de um grupo que promove discursos de ódio e incitação à violência contra negros, mulheres, crianças e animais.


Outros estados também registraram episódios semelhantes. Em Minas Gerais e no Rio Grande do Norte, adolescentes foram apreendidos por participarem de transmissões violentas e conteúdos de automutilação. Em um dos casos mais chocantes, uma jovem de 15 anos tortura um afilhado de cinco, seguindo instruções transmitidas ao vivo.


Discord se manifesta


A empresa Discord, plataforma usada para organizar os crimes, afirmou, em nota, que mantém “políticas rigorosas contra discurso de ódio, incitação à violência e conteúdo prejudicial”. A empresa informou colaborar com as autoridades brasileiras e afirmou que tem removido conteúdos ilegais, banido usuários e encerrado servidores associados a essas práticas.

“Temos treinado agentes de segurança pública no Brasil e continuamos a contribuir com investigações que já resultaram em prisões ao longo do último ano”, informou a plataforma.


Até o momento, a defesa do soldado Miguel Felipe não foi localizada para comentar o caso.



 
 
 

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