STF inicia na segunda-feira depoimentos de réus por tentativa de golpe de Estado
- Marcus Modesto
- há 2 dias
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BRASÍLIA — O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agendou para a próxima segunda-feira (9) o início dos depoimentos dos réus no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado atribuída a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As audiências serão presenciais na sede do STF, em Brasília, com exceção do ex-ministro Walter Braga Netto, que será ouvido por videoconferência por estar preso preventivamente no Rio de Janeiro.
O primeiro a prestar depoimento será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso. Na sequência, os demais réus serão ouvidos em ordem alfabética, segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo.
Entre os principais investigados estão o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro; seus ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Braga Netto (Casa Civil e Defesa); além do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, e do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que também dirigiu a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Etapa decisiva no processo
Os interrogatórios marcam uma fase crucial no andamento da ação penal, que apura uma suposta trama para anular o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A acusação aponta para uma articulação com apoio de setores das Forças Armadas e de órgãos do governo.
A nova fase do processo ocorre após a conclusão das oitivas de testemunhas. Ao longo das duas últimas semanas, foram ouvidas 52 pessoas, entre elas figuras ligadas tanto à Procuradoria-Geral da República (PGR) quanto às defesas dos réus. O último a depor foi o senador Rogério Marinho (PL-RN), que integrou o governo Bolsonaro como ministro do Desenvolvimento Regional.
O inquérito reúne uma série de provas, como depoimentos, mensagens, documentos apreendidos, além de detalhes fornecidos na delação premiada de Mauro Cid, considerado peça-chave nas investigações.
Após a conclusão dos interrogatórios, o processo segue para as manifestações finais da PGR e das defesas, antes do julgamento pelos ministros do Supremo.

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