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Tarifa Zero em Barra Mansa: um avanço que ainda tropeça na realidade

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 23 de fev.
  • 2 min de leitura

A iniciativa da Prefeitura de Barra Mansa de implementar a Tarifa Zero aos domingos, oferecendo transporte público gratuito, foi anunciada como uma medida inovadora para melhorar a qualidade de vida da população. Na teoria, a proposta abre caminhos para que mais moradores tenham acesso ao lazer, à prática de atividades físicas e a serviços essenciais no Centro da cidade. Na prática, porém, a medida esbarra em um velho problema: a má qualidade do transporte público.


Relatos de moradores, como o de uma usuária que ironizou a situação ao dizer “Imagina agora que é grátis”, escancaram a verdadeira falha do sistema. Se antes, quando o serviço era pago, os ônibus já não apareciam com a frequência esperada, o que dizer agora, quando não há arrecadação direta com as passagens? O receio é legítimo: sem um aumento de frota ou melhoria na gestão, a gratuidade pode se transformar em um presente de grego, que apenas mascara um serviço ineficiente.


Enquanto a prefeitura celebra as imagens de moradores praticando esportes na Avenida Roosevelt Brasil — iniciativa, aliás, que merece ser reconhecida por oferecer um espaço seguro para a população se exercitar —, muitos bairros continuam sofrendo com a precariedade do transporte. Para quem vive longe do Centro, a sensação é de exclusão: como aproveitar as atividades de lazer se os ônibus não chegam ou passam com intervalos imprevisíveis?


O discurso do prefeito Luiz Furlani, ao afirmar que “investimentos em qualidade de vida são fundamentais”, precisa ser respaldado por ações concretas. A gratuidade não resolve o problema da mobilidade se a estrutura continuar falha. Sem ônibus circulando de forma adequada, a Tarifa Zero corre o risco de se tornar apenas uma jogada de marketing, que beneficia poucos e frustra muitos.


O desafio, portanto, vai além de oferecer o transporte gratuito. É preciso garantir um serviço eficiente, com horários respeitados e ônibus em quantidade suficiente para atender, de fato, à demanda da população. Sem isso, os moradores continuarão, literalmente, vindo a pé, enquanto as promessas de acessibilidade e bem-estar ficam pelo caminho.



 
 
 

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