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“Taxa de Barricada” Impõe Terror em São João de Meriti: Moradores Sofrem com Isolamento e Medo

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 30 de mar.
  • 2 min de leitura

A prática de instalar barricadas como estratégia para bloquear o avanço das forças de segurança tem se tornado cada vez mais comum no Rio de Janeiro, especialmente em comunidades dominadas pelo tráfico. Em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, a facção criminosa Comando Vermelho (CV) encontrou uma nova forma de arrecadar recursos para financiar essas estruturas: a chamada “taxa de barricada”, que é cobrada de comerciantes e moradores do bairro do Éden.


De acordo com a coluna Na Mira, do Metrópoles, o valor arrecadado é utilizado para a construção de barreiras de concreto e ferro, dificultando a entrada da polícia e de qualquer pessoa considerada “estranha” ao território controlado pelo tráfico. Os relatos indicam que aqueles que se recusam a pagar a taxa enfrentam sérias consequências, como ameaças de violência e até a expulsão de suas próprias casas. Além disso, existem cobranças adicionais para quem deseja estacionar veículos na área, criando uma situação insustentável para os moradores.


A imposição dessas barricadas tem causado um enorme impacto na vida cotidiana dos moradores. O isolamento forçado resultante dessas barreiras impede o acesso de serviços essenciais, como a coleta de lixo. Caminhões de lixo não conseguem entrar em diversas ruas, o que resulta no acúmulo de resíduos e agrava problemas de saúde pública e saneamento. O medo e a sensação de aprisionamento tomam conta da comunidade, como descreve uma moradora: “Estamos presos dentro do nosso próprio bairro”, diz ela, explicando que não conseguem mais contar com serviços básicos, como transporte e coleta de lixo.


O comércio local também está sendo afetado. Muitos pequenos empresários estão fechando suas portas devido ao medo de represálias ou pela proximidade com pontos de venda de drogas. “Ninguém quer uma boca de fumo na frente da loja. Quando a polícia chega, o confronto é certo, e quem sofre somos nós, que temos medo de sermos baleados dentro de casa”, relata um morador.


Moradores mais antigos do Éden afirmam que nunca viveram uma situação tão opressora. “Antes podíamos circular livremente e viver com tranquilidade. Agora, somos reféns do crime”, lamenta uma mulher, que cobra ações urgentes das autoridades para retomar o controle do território e restaurar a normalidade. “Só queremos viver com dignidade, sem medo de sair e voltar para casa”, acrescenta.


A reportagem entrou em contato com as polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro para comentar sobre possíveis operações na região, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.




 
 
 

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