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Tempestades severas devem aumentar até 30% na próxima década em São Paulo e Rio, aponta Inpe

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 11 de fev.
  • 2 min de leitura

A frequência de tempestades severas, caracterizadas por ventos fortes e alta incidência de raios, deve crescer entre 20% e 30% nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro entre 2025 e 2034, em comparação com a década anterior. A projeção foi feita por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).


O aumento dessas tempestades está relacionado às mudanças climáticas globais e à intensidade do El Niño, fenômeno que aquece as águas do Oceano Pacífico e influencia o clima no Brasil. Em janeiro de 2024, a capital paulista já registrou um número elevado de raios, o que, segundo os especialistas, é um sinal desse agravamento.


Os pesquisadores chegaram a essa conclusão ao alimentar modelos matemáticos com dados recentes sobre tempestades dos últimos dez anos. O estudo, que ainda será publicado formalmente, indica que todos os nove modelos analisados apontam crescimento na frequência de tempestades severas, ainda que a intensidade da alta varie entre eles.


Brasil lidera número de tempestades severas


Embora representem apenas 1% do total de tempestades do país, as de categoria severa somam cerca de 5 mil eventos extremos por ano. O Brasil é recordista mundial em chuvas fortes com raios e ventos, registrando cerca de 500 mil ocorrências anuais.


Os principais critérios para classificar uma tempestade como severa são:

Ventos acima de 70 km/h

Registro de mil raios ou mais em um único evento diário


A Amazônia lidera o ranking nacional de descargas elétricas, mas São Paulo e Rio foram escolhidos para o estudo por sua alta concentração populacional e vulnerabilidade aos temporais.


Nos últimos anos, o vento tem causado os maiores impactos na infraestrutura urbana, derrubando postes e redes elétricas. Foi esse fator que contribuiu para os apagões registrados em novembro de 2023 e outubro de 2024 na capital paulista.


Já os raios, embora causem menos danos em cidades bem equipadas com para-raios, ainda representam um risco significativo. Entre 2014 e 2024, Manaus e São Paulo registraram 30 mortes cada por raios, enquanto o Rio de Janeiro teve 10 no mesmo período.


Urbanização e calor intensificam fenômeno


A urbanização também influencia o aumento das tempestades. O asfalto e as construções absorvem mais calor do que áreas com solo exposto e vegetação, criando as chamadas ilhas de calor. Em São Paulo, por exemplo, a temperatura em algumas áreas pode ultrapassar os 30°C, mesmo quando a estação meteorológica do Inmet em Interlagos marca 28°C.


Apesar disso, os pesquisadores não projetam um grande impacto adicional do efeito de ilha de calor na próxima década. Isso porque não há expectativa de que a urbanização avance no século XXI no mesmo ritmo acelerado do século XX.


O estudo reforça a necessidade de planejamento urbano e medidas de adaptação para mitigar os impactos das tempestades, que tendem a se tornar mais frequentes e intensas nos próximos anos.



 
 
 

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