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Tensão no Supremo: embate entre Gilmar Mendes e Luiz Fux expõe fissuras dentro do STF

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 16 de out.
  • 2 min de leitura

Os bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF) voltaram a ferver nesta semana. Um embate direto entre os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux durante o intervalo da sessão de quarta-feira (15) escancarou o clima de tensão e as divisões internas na Corte. O motivo da discussão: o pedido de vista de Fux em um processo que envolve o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR).


O estopim da briga


O processo em questão analisa um recurso de Moro, que tenta reverter a decisão que o tornou réu por calúnia contra Gilmar Mendes. A votação já estava praticamente definida — 4 a 0 contra o ex-juiz — quando Fux pediu mais tempo para analisar o caso, interrompendo o julgamento.


A atitude irritou Gilmar, que reagiu com ironia. Segundo relatos divulgados pela colunista Mônica Bergamo, o ministro disparou:


“Vê se consegue fazer um tratamento de terapia para se livrar da Lava Jato.”


A frase, uma provocação direta à ligação histórica de Fux com decisões da Operação Lava Jato, marcou o início de uma troca de farpas que rapidamente escalou.


Ataques pessoais e acusações


O tom subiu ainda mais quando Gilmar mencionou um ex-assessor de Fux, José Nicolao Salvador, demitido em 2016 após ter o nome citado em uma delação premiada. Gilmar teria aconselhado o colega a “enterrar o assunto do Salvador”.


Fux respondeu de imediato, afirmando que o pedido de vista foi feito por responsabilidade e não por manobra política. Disse ainda estar cansado das críticas e ironias de Gilmar, feitas “em diversos lugares e ocasiões”.


A resposta de Gilmar foi direta: ele não negou as críticas e chamou o colega de “figura lamentável”.


O embate não parou por aí. Gilmar também criticou o voto de Fux que absolveu Jair Bolsonaro da acusação de tentativa de golpe de Estado, classificando-o como “sem sentido” e excessivamente longo — 12 horas de exposição. Fux, por sua vez, reafirmou que votou conforme sua convicção, dizendo que reagiu a um “massacre” contra os réus.


Clima pesado e silêncio constrangedor


Durante a discussão, ministros entravam e saíam discretamente da sala, evitando se envolver no conflito. O episódio, embora restrito aos bastidores, rapidamente se espalhou pelos corredores da Corte e entre assessores.


Até o momento, nenhum dos dois ministros se pronunciou oficialmente. Mas o incidente reforça a percepção de que o STF vive uma fase de divisões internas profundas, onde antigas rivalidades e divergências sobre o papel da Corte em casos políticos voltam à tona com força.


Em um tribunal que deveria simbolizar equilíbrio e serenidade institucional, o confronto entre dois de seus ministros mais antigos deixa claro: a harmonia está longe de ser a regra no Supremo.


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