Traficantes invadem igreja durante culto em Volta Redonda e escancaram fragilidade da segurança pública
- Marcus Modesto
- há 3 dias
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A tranquilidade de um culto na Igreja Evangélica Assembleia de Deus, na Avenida São Lucas, em Volta Redonda, foi brutalmente interrompida na noite deste domingo (18), quando dois adolescentes suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas invadiram o templo em plena celebração. O episódio, ocorrido por volta das 18h30, evidencia mais uma vez o avanço da criminalidade sobre os espaços de convivência e fé — e levanta sérias questões sobre a eficácia da política de segurança pública na cidade.
Segundo informações da Polícia Militar, os dois jovens, ambos de 16 anos, foram surpreendidos em movimentação típica de tráfico no bairro Minerlândia e fugiram da abordagem correndo até o bairro vizinho, São Lucas, onde buscaram refúgio dentro da igreja. A dupla foi encontrada escondida no banheiro do templo, com porções de drogas e dinheiro em espécie.
Em poder dos suspeitos, os agentes apreenderam mais de 130 pinos de cocaína, cerca de 160 pedras de crack, R$ 35 em dinheiro e um aparelho celular — material que reforça o envolvimento direto com o comércio ilegal de entorpecentes. Um dos adolescentes, segundo a polícia, já possui cinco passagens por tráfico e associação criminosa, o que evidencia a reincidência precoce e a fragilidade do sistema de contenção e ressocialização.
O caso reacende o debate sobre os limites da presença do tráfico em Volta Redonda e a exposição cada vez maior de crianças, famílias e espaços religiosos a situações de violência. Mais do que um episódio isolado, a invasão de um templo religioso em meio a um culto aponta para uma normalização do medo e da vulnerabilidade urbana — onde nem mesmo as igrejas escapam do rastro do tráfico.
Enquanto adolescentes continuam sendo recrutados e descartados por facções, resta à população conviver com a sensação de abandono e à cidade refletir: até onde vai a omissão do Estado? E quantas cenas como essa ainda precisarão ocorrer até que a resposta à criminalidade ultrapasse a retórica das estatísticas e se traduza em segurança real para os cidadãos?
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