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Trump amplia política migratória com novo pacote de restrições: segurança ou seletividade?

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 15 de jun.
  • 2 min de leitura

O governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump em seu segundo mandato, caminha para aprofundar ainda mais sua política migratória com a possível imposição de novas restrições a cidadãos de até 36 países. A proposta, revelada por um memorando interno do Departamento de Estado obtido pela agência Reuters, é mais um passo na escalada de medidas que têm como justificativa a segurança nacional, mas que, na prática, reforçam uma agenda de exclusão seletiva e endurecimento ideológico.


Assinado pelo secretário de Estado Marco Rubio, o documento estabelece um prazo de 60 dias para que as nações listadas atendam a critérios considerados “mínimos” em termos de emissão de documentos, controle de antecedentes e cooperação com deportações. Caso contrário, seus cidadãos enfrentarão restrições severas ou até a suspensão total da entrada nos Estados Unidos.


Trata-se de uma ampliação significativa de um modelo já em curso: no início do mês, uma proclamação presidencial já havia barrado o acesso de cidadãos de 12 países, majoritariamente muçulmanos ou africanos. Agora, a nova proposta mira uma lista ainda mais extensa, composta majoritariamente por nações do continente africano e do sul global, o que levanta suspeitas sobre os critérios reais por trás da decisão.


Embora o Departamento de Estado alegue estar agindo para proteger os americanos e manter elevados padrões de segurança, o histórico do governo Trump em relação à imigração sugere outro cenário. Desde seu primeiro mandato, o ex-presidente transformou o tema em um dos pilares de sua retórica populista e nacionalista, alimentando o medo de “invasões” estrangeiras e associando constantemente migrantes à criminalidade, ao terrorismo ou ao desemprego.


O que está em jogo, no entanto, é mais do que a política de fronteiras: é o uso da máquina estatal como ferramenta de exclusão geopolítica. Ao concentrar suas sanções em países pobres ou instáveis — muitos dos quais convivem com os legados do colonialismo e da desigualdade global —, Washington se afasta do papel de liderança moral que historicamente reivindicou, para se tornar um símbolo de isolamento e autoritarismo diplomático.


Além disso, medidas como a proibição da matrícula de estudantes estrangeiros e a deportação sumária de venezuelanos acusados sem julgamento justo revelam que não se trata apenas de proteger os EUA, mas de restringir ao máximo a circulação e a permanência de estrangeiros que não se encaixam no perfil desejado pela atual administração.


Se implementadas, as novas sanções representarão não apenas um endurecimento técnico da política migratória, mas um recado político claro: os Estados Unidos de Trump não querem ser um país de portas abertas, tampouco um território de acolhimento. A retórica da segurança pode justificar muita coisa — mas quando se aplica de forma desigual, ela escancara não o zelo, mas a


 
 
 

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