Trump amplia veto migratório e mira países pobres sob pretexto de segurança
- Marcus Modesto
- há 5 horas
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A partir desta segunda-feira (9), entra em vigor nos Estados Unidos uma nova versão do veto migratório implementado pelo ex-presidente Donald Trump, que proíbe totalmente a entrada de cidadãos de 12 países — a maioria deles nações africanas, empobrecidas e politicamente instáveis. A medida foi anunciada como uma forma de proteger os EUA contra “terroristas estrangeiros”, mas tem sido amplamente criticada por seu caráter discriminatório e politicamente motivado.
Os países com proibição total são: Afeganistão, Mianmar, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. Além disso, cidadãos de outros sete países — Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela — enfrentarão restrições parciais para entrar em território norte-americano.
Segundo Trump, essas nações “abrigam uma presença em larga escala de terroristas”, não conseguem comprovar a identidade de seus cidadãos nem cooperam com os EUA em segurança internacional. A justificativa, no entanto, repete a retórica do primeiro mandato, marcada por políticas migratórias rígidas com forte apelo nacionalista.
O caso recente de um egípcio que jogou uma bomba de gasolina em manifestantes nos EUA foi usado pelo governo como argumento, embora o Egito não esteja incluído na lista. Críticos dizem que o episódio foi apenas um pretexto para reforçar uma agenda excludente e xenófoba.
A reação internacional veio rápida. O presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, anunciou retaliação e a suspensão de vistos para cidadãos norte-americanos. “O Chade não tem aviões para oferecer nem bilhões de dólares para dar, mas tem sua dignidade e seu orgulho”, afirmou, em publicação nas redes sociais.
No Congresso dos EUA, parlamentares também protestaram contra a medida. O deputado Ro Khanna classificou o decreto como “draconiano e inconstitucional” e afirmou que “as pessoas têm o direito de buscar asilo”.
Organizações de direitos humanos alertam que a nova medida afeta milhares de famílias e amplia o isolamento de países já vulneráveis. Para analistas, a decisão não está baseada em critérios técnicos de segurança, mas sim em conveniências políticas, num contexto de crescente tensão eleitoral nos Estados Unidos.

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