Trump critica decisão do STF e compara caso Bolsonaro a processos enfrentados nos EUA
- Marcus Modesto
- 11 de set.
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O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (11) estar “surpreso” com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de condenar Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado. A declaração foi dada à imprensa em frente à Casa Branca, pouco antes de Trump embarcar para Nova York.
Durante a fala, o republicano traçou um paralelo entre a situação do ex-presidente brasileiro e os processos judiciais que ele próprio enfrentou em seu país.
— Eu achei que ele foi um bom presidente do Brasil. E é muito surpreendente que isso possa acontecer. Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum. Só posso dizer o seguinte: eu o conheci como presidente do Brasil e ele é um bom homem — declarou.
Julgamento no STF
Na mesma data em que Trump se manifestou, a Primeira Turma do Supremo concluiu o julgamento que condenou Bolsonaro por cinco crimes: golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Além do ex-presidente, também foram condenados Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. A definição das penas deve ser anunciada nesta sexta-feira (12).
Repercussões internacionais
A fala de Trump amplia o desgaste diplomático gerado pelas declarações recentes da Casa Branca. Na terça-feira (9), a porta-voz Karoline Leavitt afirmou que os EUA poderiam recorrer a “meios militares” para defender a liberdade de expressão em referência ao caso Bolsonaro. O Itamaraty reagiu horas depois, classificando como “inaceitável” qualquer ameaça de força contra a democracia brasileira.
Em julho, Trump já havia imposto tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, medida que justificou em parte como resposta ao que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente. Embora não tenha mencionado novas sanções desta vez, a declaração reforça o alinhamento político e pessoal entre os dois líderes em um momento considerado histórico para a Justiça brasileira.




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