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Trump dobra tarifa do aço e acende alerta na CSN : economia do Sul Fluminense na linha de impacto

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 31 de mai.
  • 3 min de leitura

O anúncio do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de dobrar as tarifas de importação sobre aço e alumínio, de 25% para 50%, acendeu um alerta vermelho no setor siderúrgico brasileiro — e, em especial, na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, que depende fortemente das exportações para o mercado norte-americano.


A medida, que entrará em vigor na próxima quarta-feira (4), é mais um capítulo da política protecionista que Trump defende como plataforma eleitoral. A justificativa é velha conhecida: proteger a indústria local contra o que o ex-presidente chama de “dumping” de aço estrangeiro, mirando diretamente a China — mas atingindo em cheio países aliados como o Brasil.


Volta Redonda na linha de fogo


A CSN, maior empregadora do Sul Fluminense, está entre as companhias que podem sofrer impactos diretos. Grande parte da produção da usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, é destinada ao mercado externo, sobretudo aos Estados Unidos. Dados de 2024 apontam que 61% das exportações brasileiras de aço têm como destino o mercado americano.


Se confirmada, a tarifa dobrada pode gerar uma queda brusca nas exportações, afetando diretamente o faturamento da CSN e colocando em risco empregos em Volta Redonda e na cadeia econômica que orbita em torno da siderúrgica — que vai desde fornecedores locais até pequenos comerciantes da região.


💣 Risco real de efeito cascata


O alerta não é exagero. Historicamente, sempre que há retração no mercado externo, a CSN reage com redução de turnos, paralisações temporárias e, em casos mais graves, demissões. Isso já aconteceu durante crises comerciais passadas, como em 2018, na primeira rodada de tarifas impostas também pelo governo Trump.


Além disso, há o risco de que o aço brasileiro, bloqueado nos EUA, busque outros mercados com excesso de oferta, pressionando os preços globalmente e impactando a competitividade da CSN.


Política externa que vira problema local


O anúncio de Trump escancara como decisões tomadas em Washington têm reflexo direto em Volta Redonda. E levanta questões sobre a falta de uma estratégia robusta do governo brasileiro para proteger sua indústria nacional diante desse tipo de movimento protecionista.


Enquanto o governo americano injeta bilhões em incentivos e proteção às suas empresas, no Brasil o setor convive com alta carga tributária, custo logístico elevado e incertezas regulatórias.


Efeito dominó no Sul Fluminense


Os efeitos vão além da CSN. Toda a região do Sul Fluminense, altamente dependente da indústria, pode sentir os impactos:

Risco de aumento no desemprego industrial

Queda no comércio e serviços locais

Redução na arrecadação de impostos municipais e estaduais

Aumento da pressão sobre políticas sociais


Bolsa reage, empresas divergem


Enquanto a Gerdau, que possui operações nos EUA, viu suas ações subirem, empresas como a CSN e a Usiminas — mais dependentes da exportação — sentiram forte os reflexos no mercado financeiro, com queda nas ADRs e expectativa de revisão nas projeções de crescimento.


O que diz a CSN?


Até o fechamento desta matéria, a Companhia Siderúrgica Nacional não havia se posicionado oficialmente sobre os impactos da nova tarifa americana. Internamente, fontes ligadas à empresa admitem apreensão e expectativa de que o governo brasileiro, através do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, atue diplomaticamente para tentar mitigar os efeitos.


Fica a pergunta:


Até quando Volta Redonda, que se orgulha do título de “Cidade do Aço”, seguirá refém das guerras comerciais internacionais — e sem blindagem de um plano econômico que proteja empregos e o futuro da região?


Foto Reprodução


 
 
 

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