top of page
Buscar

Trump intensifica ataques à imprensa e ameaça liberdade de expressão nos EUA

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 15 de mar.
  • 3 min de leitura

Em mais um movimento autoritário contra a imprensa, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou as redes de comunicação CNN e MSDNC como “corruptas” e sugeriu, sem apresentar provas, que a cobertura crítica feita por esses veículos seria “ilegal”. A declaração alarmante foi feita durante um discurso no Departamento de Justiça, nesta sexta-feira, diante de secretários de Justiça e agentes de segurança.


— Acredito que a CNN e a MSDNC, que escrevem literalmente 97,6% das coisas ruins sobre mim, são braços políticos do Partido Democrata — afirmou Trump, sem qualquer evidência que sustentasse a acusação. — Para mim, na minha opinião, são realmente corruptos e ilegais. O que fazem é ilegal.


O presidente ainda foi além e acusou os veículos de comunicação de influenciar decisões judiciais em uma suposta ação coordenada, novamente sem apresentar qualquer prova.


— Isso está mudando a lei, e simplesmente não pode ser legal. Não creio que seja legal. E o fazem em total coordenação entre si — declarou, em tom conspiratório.


Um histórico de ataques à imprensa e ao Estado de Direito


Os ataques de Trump aos meios de comunicação não são novidade, mas seu discurso atual representa uma escalada perigosa contra um dos pilares fundamentais da democracia: a liberdade de imprensa. Desde seu primeiro mandato (2017-2021), Trump tem demonizado a mídia que ousa criticá-lo, rotulando jornalistas como “inimigos do povo” e desacreditando reportagens desfavoráveis como “notícias falsas”.


Essas declarações não são meras bravatas. Elas criam um ambiente de desinformação e desconfiança, enfraquecendo a transparência pública e ameaçando a segurança dos profissionais de imprensa. O uso sistemático de retórica agressiva contra jornalistas se alinha com práticas adotadas por líderes autoritários ao redor do mundo, que buscam silenciar a crítica e consolidar o controle da narrativa pública.


A Casa Branca sob Trump: censura seletiva e favorecimento ideológico


Desde o início de seu segundo mandato em janeiro, Trump intensificou as ações para limitar o acesso da imprensa tradicional. A Associated Press (AP), uma das agências de notícias mais respeitadas globalmente, teve seu acesso ao Salão Oval restringido após se recusar a adotar a terminologia “Golfo da América” — uma imposição absurda criada por Trump em decreto para rebatizar o Golfo do México.


Enquanto isso, veículos de extrema-direita abertamente favoráveis ao presidente tiveram seu acesso facilitado à Casa Branca, em um claro esforço para controlar a narrativa e premiar aqueles que reproduzem sua propaganda. Essas práticas corroem o princípio da transparência governamental e expõem uma estratégia deliberada para limitar o escrutínio público.


A ameaça à democracia americana


A insistência de Trump em deslegitimar a imprensa crítica e premiar aliados midiáticos não é apenas uma questão de retórica agressiva — é uma ameaça direta aos valores democráticos. Quando um presidente usa seu poder para silenciar críticos e promover desinformação, ele mina a confiança no sistema jurídico e enfraquece as instituições que garantem a separação de poderes.


A liberdade de imprensa, consagrada na Primeira Emenda da Constituição dos EUA, é essencial para fiscalizar os governantes e garantir que nenhum líder esteja acima da lei. As investidas contínuas de Trump contra a mídia não são apenas um ataque a jornalistas específicos, mas um ataque a todo o povo americano e ao seu direito de saber a verdade.


Se a comunidade internacional e a sociedade americana não reagirem com firmeza, os Estados Unidos correm o risco de se afastar ainda mais dos princípios democráticos e entrar em um território perigoso de censura, autoritarismo e abuso de poder.


 
 
 

Comments


bottom of page