Trump prega calma em meio ao caos financeiro, mas alimenta discurso de confronto e desinformação
- Marcus Modesto
- 7 de abr.
- 2 min de leitura
Em mais um capítulo de sua retórica agressiva, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tentou minimizar o impacto do pânico que tomou conta dos mercados internacionais nesta segunda-feira (7), após uma série de quedas acentuadas nas bolsas da Ásia, Europa e nos futuros norte-americanos. Em vez de apresentar soluções concretas, Trump optou por inflamar sua base com frases de efeito e ataques vagos a adversários políticos em uma publicação na rede Truth Social, sua plataforma de comunicação preferida.
“Seja forte, corajoso e paciente, e GRANDEZA será o resultado!”, escreveu, como se um apelo emocional fosse suficiente para frear a instabilidade financeira global. Trump ainda ironizou críticos ao chamar opositores de “PANICANOS” — um suposto novo partido composto por “pessoas fracas e estúpidas”, segundo ele.
Enquanto investidores tentam lidar com os impactos reais de uma política econômica marcada por incertezas e protecionismo, Trump insiste em vender a narrativa de que as tarifas comerciais, uma das marcas de sua gestão, trarão benefícios a longo prazo. Ele ignora, no entanto, que essa estratégia já foi alvo de duras críticas por prejudicar consumidores com preços mais altos, desestabilizar cadeias globais de produção e gerar retaliações comerciais de grandes potências, como a China.
A tentativa de transformar um momento delicado da economia global em palanque eleitoral é típica do estilo Trump: polarizar, atacar e simplificar questões complexas. A insistência em uma retórica de “soberania econômica” sem lastro técnico ou pragmático pode até funcionar como munição eleitoral, mas serve pouco — ou nada — para acalmar mercados ou proteger trabalhadores americanos.
Em vez de liderar com responsabilidade e apresentar medidas realistas, Trump continua apostando na desinformação e no populismo, reforçando uma lógica de confronto que tem mais a ver com interesses de campanha do que com os interesses reais dos Estados Unidos.

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