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Uma facção à sombra da farda: o escândalo que expõe o submundo da violência política no Brasil

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 28 de mai.
  • 2 min de leitura

O que era para ser apenas mais uma operação da Polícia Federal revelou algo muito mais grave e perturbador: a existência de um verdadeiro grupo de extermínio operando sob o disfarce de empresa de segurança, com participação de militares da ativa, da reserva e civis. O nome não poderia ser mais revelador — “Comando C4: Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos” — uma mistura tóxica de discurso extremista, delírio ideológico e violência mercenária.


Por R$ 250 mil, o grupo se oferecia para espionar ministros do Supremo Tribunal Federal. Por valores menores, também aceitava monitorar senadores e deputados federais. E não parava por aí: a mesma organização vendia assassinatos por encomenda.


A investigação, que começou após o brutal assassinato do advogado Roberto Zampieri, descortina um submundo podre onde corrupção no Judiciário se mistura com violência paramilitar e ameaças às instituições democráticas. É o tipo de notícia que, em qualquer país sério, provocaria um abalo sísmico nas estruturas de poder — mas que aqui, no Brasil, ainda corre o risco de ser tratado como mais um escândalo entre tantos.


A pergunta que não cala é: como esse tipo de organização opera, cresce e se mantém sem conivência, sem proteção, sem cumplicidade de setores do próprio Estado? O que deveria ser um aparato de defesa da lei e da ordem foi, mais uma vez, sequestrado por interesses criminosos, por uma ideologia doentia que usa o combate à corrupção como fachada para justificar crimes, execuções e perseguições políticas.


É um escândalo que atinge diretamente as Forças Armadas, o sistema de Justiça e o próprio Congresso, cujos membros também eram alvos potenciais desse grupo. Mais do que uma operação policial, o que está em jogo aqui é a saúde da democracia brasileira, ameaçada por células extremistas que não reconhecem a Constituição, nem as instituições, nem a vida humana.


A descoberta do Comando C4 joga luz sobre o risco real que o país enfrenta quando setores que deveriam proteger a ordem democrática se tornam milícias privadas a serviço do crime e da barbárie. E deixa claro, mais uma vez, que o extremismo — seja ele político, militar ou judiciário — não é uma opinião. É uma ameaça. É crime. E precisa ser tratado como tal.


Que não haja anistia, nem conivência, nem silêncio. O Brasil não pode normalizar o inaceitável.


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