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Vacina de mRNA elimina tumores em camundongos e reacende esperança por imunização universal contra o câncer

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 20 de jul.
  • 2 min de leitura

Pesquisadores da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, desenvolveram uma vacina experimental de mRNA que, combinada com imunoterapia, conseguiu eliminar tumores em camundongos durante testes laboratoriais. O estudo, divulgado na quinta-feira (18) na revista Nature Biomedical Engineering, representa um avanço significativo na corrida por uma vacina universal contra o câncer.


Diferente das vacinas personalizadas — feitas sob medida para cada tipo de tumor —, a nova fórmula tem ação genérica: estimula o sistema imunológico de forma ampla, como se estivesse combatendo uma infecção viral. Esse estímulo provocou uma resposta intensa do organismo, que passou a reconhecer e atacar diferentes tipos de células cancerígenas.


“A grande surpresa é que uma vacina de mRNA, mesmo sem ser direcionada a um tipo específico de câncer, gerou uma resposta imunológica potente e com efeitos anticâncer bastante significativos”, afirmou Elias Sayour, oncologista pediátrico e principal autor do estudo.


Tumores desapareceram até em modelos resistentes


Nos testes, os cientistas aplicaram a vacina juntamente com imunoterapias já aprovadas, como os inibidores de checkpoint imunológico — incluindo o anti-PD-1, que remove bloqueios que impedem o ataque das células T ao câncer. A estratégia foi eficaz contra melanomas agressivos, inclusive em casos considerados resistentes ao tratamento.


Em alguns camundongos, os tumores desapareceram completamente. Resultados positivos também foram observados em cânceres ósseos e cerebrais. Parte do sucesso da abordagem está na técnica usada: forçar os tumores a expressar a proteína PD-L1, tornando as células doentes mais visíveis ao sistema imunológico.


Tecnologia inspirada nas vacinas da covid-19


A vacina utiliza o mesmo princípio das vacinas de mRNA desenvolvidas contra a covid-19, como as da Pfizer e Moderna. A fórmula leva RNA mensageiro encapsulado em nanopartículas lipídicas, que instrui as células do corpo a produzir proteínas capazes de acionar a defesa imunológica.


Em 2023, a mesma equipe testou uma versão personalizada da vacina em pacientes com glioblastoma, um câncer cerebral raro e agressivo. Agora, a proposta é mais ambiciosa: uma vacina genérica, de fácil aplicação e sem a necessidade de adaptação individual.


“Este estudo sugere um novo caminho no desenvolvimento de vacinas oncológicas”, destacou Duane Mitchell, coautor da pesquisa. “Ao invés de buscar alvos específicos, estamos apostando em uma resposta imune robusta e inespecífica como principal arma contra o câncer.”


Próximo passo: testes em humanos


A equipe agora trabalha para iniciar os primeiros testes clínicos em humanos. A fórmula ainda está sendo aprimorada, com foco na segurança e eficácia. O estudo contou com apoio financeiro de diversas instituições, incluindo os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH).


“Se conseguirmos replicar esses resultados em humanos, poderemos estar diante de uma vacina universal contra o câncer”, afirmou Mitchell. “Ela treinaria o sistema imune do próprio paciente a reconhecer e destruir as células tumorais, o que pode revolucionar o tratamento da doença.”


A nova abordagem é especialmente promissora para casos de tumores agressivos ou resistentes a tratamentos convencionais, como quimioterapia e radioterapia.


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