Vereadores de Barra Mansa traem a base bolsonarista que os elegeu
- Marcus Modesto
- 4 de ago.
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Paulo Roberto
O silêncio diz muito. Em Barra Mansa, vereadores que se elegeram em 2020 empunhando bandeiras conservadoras, exaltando Jair Bolsonaro e prometendo “defender os valores da direita”, agora fingem que nada disso aconteceu. No último domingo (3), durante a manifestação pró-Bolsonaro na Praça da Matriz, nenhum parlamentar da base bolsonarista apareceu. Nenhuma palavra, nenhuma foto, nenhum gesto.
É a traição institucionalizada.
Boa parte desses vereadores fez campanha colada à imagem de Bolsonaro. Usaram o nome, o discurso, as pautas morais e até as cores do movimento para conquistar votos. Foram eleitos graças ao apoio de uma base fiel que acreditou na coerência e na firmeza de princípios. Mas bastou a eleição passar, e principalmente Bolsonaro sair do poder, para que muitos virassem a cara.
Não é só omissão. É covardia política.
A manifestação do último domingo, embora modesta em tamanho, foi forte em simbolismo. Mostrou que há ainda uma militância engajada na cidade, que cobra posicionamento. E os vereadores? Preferiram o conforto da omissão. Falam em “democracia”, mas ignoram a liberdade de expressão quando ela envolve riscos à imagem. Falam em “valores cristãos”, mas se calam quando a pauta incomoda.
Estão mais preocupados com alianças locais e negociações de bastidores do que com a lealdade a quem os ajudou a chegar onde estão.
A base conservadora de Barra Mansa está de olho — e não vai esquecer. O eleitor pode até perdoar mudanças de opinião, mas dificilmente aceita traição disfarçada de neutralidade.
Quem se elegeu com a camisa do Bolsonaro não pode agora fingir que é torcedor do time adversário.




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